O Balé de Cuba é um dos melhores do mundo, a culpa é de Fidel

O Balé de Cuba é, sem dúvidas, um dos mais conceituados do mundo, mas não foi sempre assim. Durante a ditadura de Fulgêncio Batistas (1952-1959), o Ballet Nacional de Cuba foi destruído porque os bailarinos mais icônicos da ilha, Alícia e Fernando Alonso, se recusaram a contribuir com o regime. Uma das primeiras ações da Revolução, liderada por Fidel Castro, foi reabrir o Ballet e criar leis de incentivo à cultura da dança.
Por Mariana Serafini

Ballet Nacional de Cuba - Lawrence K. Ho

Às vésperas da comemoração de 90 anos do aniversário de Fidel Castro (comemorado neste sábado, 13), a bailarina Alícia Alonso falou sobre a importância do dirigente comunista para o desenvolvimento da cultura em Cuba. “Desde o primeiro momento, em 1959 [quando triunfou a revolução], [Fidel] decidiu nos oferecer todas as facilidades para reorganizar e desenvolver a companhia, assim como a escola e o centro para formar os bailarinos”, lembrou. Hoje o Grande Teatro de Havana leva o nome da bailarina e se tornou a sede do Ballet Nacional de Cuba.


Fidel Castro homenageia Alícia Alonso com a Ordem José Martí, 2000


Assim que derrubou a ditadura e tomou o poder, uma das primeiras medidas do revolucionário Fidel Castro, em 1959, foi investir em cultura e educação. E neste combo, entrou o fomento ao balé, que mais tarde se tornaria um dos maiores cartões portais da pequena ilha.

Foi o comandante do Exército Rebelde, combatente da Coluna 1, Julio Martínez Páez, e o primeiro ministro da Saúde Pública do Governo Revolucionário, Antonio Núñez que fizeram a ponte entre o comandante Fidel e os bailarinos Alicia e Fernando, a fim de reestabelecer o Ballet Nacional, destruído por Batista.


A dedicação e a disciplina de Alícia a transformaram na bailarina mais reconhecida de Cuba e uma das maiores do mundo


Imediatamente após o triunfo da revolução, em janeiro, Núñez visitou a casa dos Alonso para garantir que o novo governo apoiaria a reorganização da companhia de dança. Em julho do mesmo ano efetivou sua promessa. Na condição de Primeiro Ministro do Governo Revolucionário firmou a Lei 812 responsável por garantir economicamente o futuro do balé cubano e reconhecer a honrosa contribuição da dança para a cultura nacional.


O Grande Teatro de Havana hoje leva o nome de Alícia Alonso 
 

Em seguida foi realizado o Primeiro Festival Internacional de Ballet e desde então Fidel nunca mais se distanciou desta arte, sempre direcionou sua gestão governamental para fomentar e fortalecer a cultura da dança em Cuba.

Alicia foi reconhecida e homenageada oficialmente pelo governo cubano inúmeras vezes por seu talento e por sua dedicação à dança. A bailarina nunca escondeu sua gratidão e reconhecimento pelo fomento à cultura que a revolução trouxe. “Muito do que nós cubanos conseguimos no balé durante a etapa revolucionária tem a ver com a sensibilidade de Fidel com a cultura, com seu apoio decidido a nossos projetos”, garantiu.

Alícia Alonso agradece ao comandante da revolução: "Gracias, Fidel"


Hoje a Escola Nacional de Ballet conta com uma estrutura monumental. As aulas são ministradas em um palacete que abriga mais de quatro mil alunos e o balé de Cuba é uma referência mundial. Os bailarinos cubanos entregam no palco a disciplina revolucionária e o ritmo do sangue latino, uma verdadeira pintura em movimento.

“Agora em seu aniversário de 90 anos, é justo que recordemos o que nos entregou e que digamos uma vez mais, junto com todo o povo: obrigada, Fidel”, agradeceu a bailarina suprema de Cuba, que hoje dá nome ao Grande Teatro de Havana, Alícia Alonso.