Fidel Castro, 90 anos de vida e luta do comandante invicto
Neste 13 de agosto transcorre o 90º aniversário do Líder histórico da Revolução Cubana, Fidel Castro. Um tempo bem vivido, dedicado à sua pátria, à revolução cubana, à emancipação dos trabalhadores de todo o mundo, às grandes causas da humanidade, à paz e cooperação entre os povos.
Por José Reinaldo Carvalho*
Publicado 13/08/2016 09:28
Para os militantes revolucionários, lutadores pela causa do progresso social e emancipação da humanidade em todo o mundo, Fidel é a personalidade mais lúcida de nossa época, a voz mais enérgica na denúncia dos crimes do imperialismo, o pensamento mais agudo a interpretar os gravíssimos problemas políticos e socioeconômicos atuais e a orientar os povos em luta por liberdade, independência, autodeterminação, progresso social, justiça e pelo socialismo.
Inteiramente dedicado à batalha das ideias, da qual se assumiu como soldado, atua como um líder, seguido e cultivado por quem perscruta os caminhos para levar adiante a luta dos povos nas novas condições históricas. “A vida sem ideias de nada vale. Não há felicidade maior que a de lutar por elas”, disse em uma das suas reflexões, há quase dez anos.
E que ideias defende Fidel, o que o distingue de outras figuras de sua época? Nada mais que os princípios, a visão estratégica, a compreensão profunda daquilo que causa as infelicidades e catástrofes que assolam a humanidade: o sistema capitalista, o imperialismo, a orientação espoliadora, de opressão e guerra aos povos e nações, uma orientação que conduziria ao inevitável desastre se não se organizasse uma luta consequente de resistência e oposição.
Fidel desenvolveu ao longo dos anos a rebeldia, o espírito revolucionário, o patriotismo, o anti-imperialismo, assimilou e desenvolveu o marxismo-leninismo e disso nunca se afastou. No momento em que Cuba arrostava as piores dificuldades, em que era brutal a ofensiva do imperialismo e terrível o bloqueio, Fidel comandou a resistência. Com pulso firme, segurou a bandeira, manteve Cuba no caminho do socialismo e comandou a continuidade histórica da Revolução.
Quando, no início dos anos 1990, a contrarrevolução grassava em toda a parte, o líder da Revolução Cubana deu histórica entrevista à imprensa internacional. Naquele momento, estava em voga vaticinar que o socialismo em Cuba desapareceria no “efeito dominó” da queda dos governos socialistas em países do Leste europeu.
Dizia Fidel perante boquiabertos jornalistas: “Cuba é o símbolo da resistência. Cuba é o símbolo da defesa firme e intransigente das ideias revolucionárias. Cuba é o símbolo da defesa dos princípios revolucionários. Cuba é o símbolo da defesa do socialismo” (…) “O povo cubano vai saber estar à altura de sua responsabilidade histórica”… “E aqueles que mudaram de nome, não sei a quem vão enganar com isso! Imaginem que amanhã nós mudemos de nome e digamos: Senhores, o congresso aprovou que em vez de Partido Comunista de Cuba nos chamemos Partido Socialista de Cuba, ou Partido Social-Democrata de Cuba. Vocês creem que realmente mereceríamos algum respeito? Porque os que mudam de nome são os que mudaram de ideias ou perderam toda a sua confiança nas ideias, perderam suas convicções” (3 de abril de 1990).
Fidel é um mestre no estudo da realidade concreta, na arte de apreender o sentido do momento histórico, na busca de soluções originais, de acordo com as peculiaridades nacionais, para os problemas de sua época. Marxista-leninista convicto, estudou a fundo também o pensamento de José Martí, o líder da luta pela independência de Cuba. Fundiu na sua obra e ação política o pensamento marxista-leninista e o martiano, e armado com esses pressupostos ideológicos educa com sua prédica a jovem geração.
Podemos afirmar sem risco de erro que na história da humanidade e da luta pela libertação dos povos de todo tipo de opressão e exploração, muito poucos líderes deram contribuição tão destacada como Fidel.
Entre estas contribuições, é indispensável ressaltar a Revolução Cubana, a defesa das suas conquistas, a épica luta contra o imperialismo, que tentou e tenta de todas as maneiras estrangular a nação, a solidariedade internacionalista com todos os povos, o exemplo edificante para o desenvolvimento da luta anti-imperialista na América Latina.
Fidel é o homem mais importante do século 20 cubano, do século 20 latino-americano e caribenho. E do século 21 no que ele tem de transcorrido. Um gênio de dois séculos.
Gênio político, ser humano incomparável, fenômeno político e social, além de uma força da natureza, “essa força telúrica”, como disse o Che. Seu elemento sempre foi a luta, a rebelião, a resistência, a revolução, o otimismo e a fé na humanidade.
Sua obra teórica e prática transcende o tempo em que vive e atua.
Sendo libertador de sua Pátria e do seu povo, a heroica Cuba rebelde, inquebrantável, altaneira, sobranceira e forte, Fidel é também um dirigente dos povos, um libertador da humanidade, um lutador exemplar contra toda forma de opressão e exploração, defensor da soberania nacional, da justiça, oponente resoluto do sistema imperialista, expressão mais acabada do capitalismo senil, agressor e espoliador.
As homenagens que recebe na passagem do seu 90º aniversário natalício expressam a gratidão do seu povo, dos seus correligionários, dos seus camaradas e seguidores em todo o mundo, que com ele aprenderam valores políticos, ideológicos e éticos na luta por uma vida melhor para todos os seres humanos, em nome dos humildes, que são as vítimas da sociedade capitalista. Fidel seguiu a trilha do Apóstolo da independência e da liberdade de Cuba, José Marti: “Con los pobres desta tierra quiero jo mi suerte echar”. Por isso, homenagear o líder histórico do Partido Comunista de
Cuba é também invocar a figura impoluta, reta e heroica de Martí, é reafirmar as razões da “guerra necessária”, que resultou triunfante décadas depois na Sierra Maestra.
Num continente que viu nascer Toussaint Louverture, Simón Bolívar, José Marti e Hugo Chávez, Fidel é o maior dos latino-americanos e caribenhos, porque seu pensamento e seu labor como dirigente político, partidário e estatal, produziram a síntese elevada da ideia da unidade e integração da Nossa América. Pensamento e ação que estão na gênese da Revolução Cubana e no penoso, acidentado, sinuoso e também heroico processo de libertação nacional e social dos povos, em permanente desenvolvimento, com seus altos e baixos, fluxos e refluxos, vitórias e derrotas.
Agudo, intenso e percuciente na batalha das ideias, Fidel ensina-nos a manter o primado da política e da ética revolucionárias. Absolvido pela História, convicto e confiante em que a História dará razão também aos povos, Fidel é o mestre e o exemplo vivo da resistência e das lutas. Mestre que nos ensina a vencer, legado maior de um combatente e comandante invicto.