Receita do vice: Discrição, lealdade e visão privilegiada da gestão
Em entrevista à repórter Gissely Santos, do site LeiaJá, o vice-prefeito do Recife e candidato à reeleição, Luciano Siqueira, comenta aspectos da condição de vice, destacando que se trata de uma escolha não só política, mas com forte componente de empatia e confiança. "É uma escolha pessoal do titular da chapa", explica.
Publicado 22/08/2016 17:37 | Editado 04/03/2020 16:55

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"A disputa pela vaga de vice também pode se tornar uma escolha para a vida política. Este ano é a quarta vez que Luciano Siqueira (PCdoB) concorre ao cargo no Recife e nas últimas três. Os mandatos foram entre 2000 e 2008, quando João Paulo – também candidato ao pleito deste ano – comandou o Executivo e agora, quando concorre à reeleição ao lado de Geraldo Julio (PSB).
Concluindo o 12º ano de vice, Siqueira relatou que “ao contrário do que muita gente pensa, um vice trabalha muito, desde que haja um entrosamento com o titular” e disse que a lealdade é uma característica crucial para estar no posto.
“Quem assume a posição de vice tem de estar certo de que esta é uma escolha política, no sentido de ter o respaldo dos partidos que compõem a coalizão, mas também é uma escolha pessoal do titular da chapa por uma pessoa que será leal em quaisquer circunstâncias. A lealdade é um grande valor para quem exerce este cargo, o que não foi visto da parte de Michel Temer em relação à Dilma, mas entre José Alencar e Lula isso foi latente”, salientou o comunista.
Ao ser indagado sobre o quê, olhando para o Recife, ele poderia identificar como sua atuação direta, Siqueira destacou que “regra de ouro do vice é ser invisível”. “Prefiro não dizer. Muita coisa a conversa é a dois, mas quem deve se fortalecer é o titular. Sempre disse a João Paulo e a Geraldo, na hora de dizer não e enfrentar conflitos deixe comigo para não se desgastar. É possível sim ter várias ações na cidade, mas neste caso isso tem que ser preservado”, observou.
Já quanto às vezes que assumiu o comando da gestão, Luciano Siqueira afirmou ter perdido as contas e detalhou como se porta nestas situações. “Quando ele [o prefeito] vai se ausentar a gente despacha o que está na ordem do dia e faz com que as ações não atrasem. Faço de tudo para que tudo permaneça na ordem. Agora uma coisa é certa, eu nunca inaugurei escola, nem rua. Mesmo estando no exercício, faço questão de esperar a volta de um titular”, relatou, acrescentado que ser vice é também ter uma visão privilegiada da gestão.