Bancada feminina no Senado travou luta de titãs 

Atuação da bancada feminina no Senado Federal contra o impeachment de Dilma Rousseff foi determinante para preservar direitos políticos da presidente deposta 

Isaura Lemos homenageam as mulheres pelo seu dia - Foto: Marcos Kennedy

É preciso reconhecer o papel desempenhado pela bancada feminina no Senado que votou contra o impeachment de Dilma Rousseff. Agindo em bloco, com coragem, discernimento e informação as senadoras foram guerreiras na defesa do governo da presidente injustamente deposta. Bateram forte no ponto central da questão: a falta de materialidade para a configuração de crime de responsabilidade fiscal e financeira. Fizeram história e demarcaram o protagonismo das mulheres na política.

As senadoras Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Kátia Abreu (PMDB-TO), Ângela Portela (PT-RR), Fátima Bezerra (PT-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Lídice da Mata (PSB-BA) e Regina Sousa (PT-PI) mostraram que as mulheres não estão para brincadeira, que têm voz e querem fazer valê-la em prol do restabelecimento do Estado Democrático de Direito, e contra o golpe perpetrado mais uma vez pelas elites econômicas do país e pela grande mídia.

A atuação da bancada feminina foi determinante para garantir a manutenção dos direitos políticos da presidente afastada, que poderá seguir ocupando funções públicas e disputando cargos eletivos. A senadora Kátia Abreu esteve à frente dessa articulação, ao lado dos senadores João Capiberibe (PSB-AP) e Jorge Viana (PT-AC). Dias antes, na sessão de interrogatório do processo de impeachment, Kátia Abreu fez defesa memorável do governo Dilma em relação ao Plano Safra. Reafirmou com provas documentais que o atraso no pagamento de subsídios não configurou operação de crédito. Endossou o pagamento das subvenções dadas aos agricultores e disse que todo o setor agrícola foi beneficiado, do pequeno ao grande produtor.

Em seu pronunciamento, a senadora apresentou números relativos aos recursos destinados ao setor nos últimos cinco anos, que acumularam R$ 905 bilhões, sendo R$ 43 bilhões pagos em subvenções e R$ 15 bilhões em agricultura de baixo carbono. O valor bruto da produção neste período somou R$ 3 trilhões. Kátia Abreu lembrou a atenção que Dilma Rousseff deu à agropecuária brasileira e disse que no governo dela o Ministério da Agricultura foi alçado ao primeiro escalão da Esplanada dos Ministérios, saindo da condição de coadjuvante para protagonista na definição de propostas e projetos.

São essas mulheres que dão cara nova ao parlamento de nosso país. A contundente atuação política que a bancada feminina tem no Senado mostra o quanto a participação da mulher na política é determinante para alcançarmos um Brasil que queremos, com mais justiça social, distribuição de renda, amparados por um Estado Democrático de Direito e de livre expressão. A atuação feminina no Congresso Nacional mostrou, mais uma vez, que está afinada com os anseios da juventude e os movimentos sociais, que hoje vão às ruas exigindo a volta da democracia.