Sem acordo, greve dos bancários atinge mais da metade das agências

Em seu 10º dia, a greve dos bancários fechou mais da metade das agências do país. De acordo com balanço do Comando de Greve, 12.608 agências e 49 centros administrativos tiveram as atividades paralisadas. De acordo com o Banco Central, o país tem 22.676 agências bancárias instaladas.

Greve bancários 2016 - Brayan Martins

Na última quinta-feira (15) terminou sem acordo a reunião entre a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e o Comando Nacional dos Bancários.

A categoria havia rejeitado a primeira proposta da Fenaban, de reajuste de 6,5% sobre os salários, a PLR e os auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. A proposta seguinte, também rejeitada, foi de reajuste de 7% no salário, PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, além de abono de R$ 3,3 mil.

Para o membro do Comando Nacional Emanoel de Souza, presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, mais uma vez os bancos querem impor a política ultrapassada de abono, que não se incorpora aos salários dos funcionários. “Os bancos querem vencer a categoria pelo cansaço, ao não apresentar uma proposta decente", disse.

A proposta não cobre a inflação do período e representa uma perda de 2,39% para o bolso de cada bancário. Os bancários querem reposição da inflação do período, mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial – no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho) -, PLR de três salários mais R$ 8.317,90, além de outras reivindicações, como melhores condições de trabalho.

“Precisamos mostrar ao povo que os banqueiros empurraram os funcionários para a greve com uma proposta rebaixada de 6,5% de reajuste e continuam com a postura, mantendo a proposta de 7% de reajuste e abono de R$ 3,3 mil. Um percentual que não repõe nem a inflação do período que foi de 9,62%”, acrescenta Souza.

A última paralisação dos bancários ocorreu em outubro do ano passado e teve duração de 21 dias, com agências de bancos públicos e privados fechadas em 24 estados e do Distrito Federal. Na ocasião, a Fenaban propôs reajuste de 10%, em resposta à reivindicação de 16% da categoria.