Jô alerta para repercussão do corte de gastos públicos nas cidades  

A preocupação com a proposta do governo ilegítimo de Michel Temer, de cortar os gastos públicos nos próximos 20 anos, por intermédio da PEC 241, em tramitação no Congresso, foi objeto do discurso da deputada Jô Moraes, no plenário da Câmara, nesta segunda-feira (19). Ela lembrou que o corte de recursos vai repercutir na administração das cidades e apelou aos deputados que votem contra a medida.

Jô alerta para repercussão do corte de gastos públicos nas cidades - Agência Câmara

Segundo Jô Moraes, “as cidades não são ilhas; as cidades não têm recursos excludentes. Quase a totalidade delas depende de transferências fiscais e orçamentárias”, alertando para o impacto do corte de recursos públicos do governo federal nas cidades.

“Em cálculos de 2005 a 2015, nossas receitas cresceram 155% e o PIB (Produto Interno Bruto), 173%. Respondendo à implementação da PEC 241, nossas receitas cresceriam apenas 77%. Por isso, votar pelo bem das cidades é derrotar a PEC 241, para que a sociedade tenha o que sonhar”, disse a parlamentar.

“Nós temos que lembrar que votar no dia 2 de outubro é votar na garantia, na manutenção dos recursos. E que os nossos partidos, que estão disputando o voto da população, aqui votem contra a Proposta de Emenda à Constituição nº 241”, ponderou a deputada, estendendo o apelo aos eleitores que vão escolher, no próximo dia 2 de outubro, novos prefeitos para suas cidades.

Nova plataforma

Ela criticou a falta de perspectiva em função do País viver “um momento de muita delicadeza, porque um Governo que alçou-se ao poder com a ilegitimidade do Governo Michel Temer não cria nenhuma perspectiva futura”, alertando que “a sociedade tem que estar atenta para não cair em perspectivas demagógicas que são apresentadas como plataformas políticas, como se fossem a salvação das cidades.”

“O compromisso fundamental que nós temos que ter com as cidades é com a intensificação e a radicalização da sua democracia, com os planejamentos orçamentários e com os orçamentos participativos”, avalia a parlamentar, que é candidata a vice-prefeita de Belo Horizonte na chapa encabeçada por Reginaldo Lopes (PT).

“Se nós não construirmos com a sociedade essa nova plataforma neste momento de crise, nada conseguiremos senão, mais uma vez, a vitória da demagogia e o desencanto da sociedade, que irá escolher seus representantes no dia 2 de outubro.”