Arrocho desgastou ditadura e desgastará Temer, avalia CTB

O desgaste da ditadura foi crescente na medida em que a classe trabalhadora percebeu o arrocho salarial como política oficial de Estado (Decretos 2.045 e 2.064 etc.). Com Temer, não será diferente.

Adilson Araújo, CTB - CTB

A análise é de Adilson Araújo, dirigente bancário e presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil). “O degaste será crescente – e acelerado – na medida em que os trabalhadores da ativa e aposentados forem sentindo na pele que são o alvo do ajuste neoliberal do governo”, ele afirma.

 
O governo que aí está não golpeou – “uma governante democraticamente eleita” – por ter um projeto popular. “Derrubaram Dilma pra radicalizar a agenda neoliberal, que vinha sofrendo derrotas eleitorais desde 2002”, ele enfatiza. Adilson comenta: “Não só direitos sofrem ataque. A entrega do pré-sal faz parte do desmonte da própria soberania nacional”.
 
Para o sindicalista, o ajuste fiscal também será sentido pelos municípios. Segundo o presidente da CTB, a economia de uma enorme parcela de cidades depende do dinheiro das aposentadorias e pensões. “O arrocho nos benefícios será letal para essas populações”, denuncia.
 
A crise que atinge o Brasil tem componente internacional e seu enfrentamento não depende de um gesto isolado de algum governo. “Observe que Macri foi eleito na Argentina com promessa de fazer a economia crescer. Mas o ajuste neoliberal só agravou o desemprego, a inflação e o déficit público”, ele diz.
 
Dia 22

O presidente da CTB está otimista quanto ao ato unitário – “Nenhum Direito a Menos!” – convocado por nove Centrais: CUT, UGT, Força Sindical, CTB, Nova Central, CGTB, Conlutas, CSB e Intersindical. A mobilização ocorre quinta (22). “Será nacional e forte. As Centrais estão unidas e não resta dúvida sobre a natureza dos ataques às conquistas da Constituição, aos direitos trabalhistas e contra a Previdência Social”. O protesto, ele comenta, reforçará a construção da greve geral defendida por amplos setores sindicais.

 
Agenda

A concentração começará às 10 horas em frente à Fiesp; às 11 horas, as Centrais divulgarão manifesto e o entregarão à entidade patronal, reafirmando posições pró-crescimento da economia, menos juros e reforço à indústria nacional. Às 16 horas, haverá concentração de Servidores públicos e professores no vão livre do Masp.
 
Bancários

Adilson Araújo também avaliou a greve nacional dos bancários. Para o cetebista, “é uma paralisação das mais fortes, e com inteira razão de ser, porque os bancos ganham muito, com juros e tarifas pesadas em cima dos clientes, e não querem pagar sequer a reposição da inflação para os trabalhadores”.