Quem tenta impor as regras do jogo na Síria?

No dia 30 de setembro, a pedido do presidente Bashar al Assad, a Rússia iniciou o apoio aéreo à uma nação assediada pelas grandes potências ocidentais que promovem ações de centenas de grupos terroristas.

Por Pedro García Hernández

Terroristas do Exército Livre da Síria organizam munições recebidas de potências estrangeiras

Simultaneamente, Rússia, Iraque, Síria e Irã estabeleceram em Bagdá um centro de inteligência compartilhada para a luta antiterrorista e inclusive convidaram os que lealmente quisessem iguais objetivos.

Com precisão organizativa e uma ética militar jamais empregada pelos Estados Unidos e seus aliados, tanto Rússia como Síria informaram à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) sobre o início das operações.

Muito pelo contrário, e ainda que não se produzissem incidentes significativos, as respostas nunca chegaram e a partir de Washington, Londres e Paris, com o apoio da Arábia Saudita, Turquia e Catar, se intensificaram as ações contra o governo legítimo sírio.

Após um ano destes fatos, a realidade mostra os êxitos obtidos no terreno de combate, os avanços das Forças Armadas sírias e a inquietação entre as fileiras de organizações terroristas como o Estado Islâmico (Daesh) e a Frente parta a Conquista do Levante, antes Al Nusra, entre muitos outros.

O bloqueio comercial e econômico contra a Síria, os contínuos fornecimentos de armas, dinheiro e homens aos terroristas não cessaram e no terreno apareceram equipamentos bélicos altamente sofisticados, fornecidos pelo Ocidente e através das fronteiras com a Turquia, Israel e Jordânia.

Líderes do ex-Al Nusra reconheceram o respaldo público dos Estados Unidos, o regime sionista de Israel e os serviços de inteligência desses Estados, somados aos do Reino Unido e França.

Na mesma medida que os triunfos contra os terroristas eram obtidos nas frentes de combate, intensificaram a propaganda midiática contra a Rússia, a Síria e o Irã, o aumento de navios na costa mediterrânea do Oriente Médio e a verborragia para satanizar e bloquear toda tentativa negociadora em busca da paz.

Para as grandes potências ocidentais e sua saga de colaboradores na região do Levante, a utilização de uma linguagem e uma prática com duplo critério é insistentemente desenvolvida e jamais valorizaram com objetividade os avanços contra o terrorismo da Rússia, Síria e Irã.

A destruição de milhares de pontos fortificados e objetivos terroristas, o ataque efetivo contra suas linhas de roubo de petróleo e a eficaz política negociadora da Rússia e da Síria, são claramente ignoradas, e insistem na utilização da demagogia e nas artimanhas manipuladas sobre os direitos humanos e os refugiados ou deslocados.

Depois de um ano da assistência russa, a situação na Síria atinge níveis de alta periculosidade prática e que inclui a frágil ação das Nações Unidas e seu Conselho de Segurança, o qual segue, quase ao pé da letra, às indicações prepotentes estadunidenses e de seus nostálgicos aliados colonialistas.

Trata-se então de impor as regras de um jogo sujo, típico dos piores cassinos de Las Vegas, Estados Unidos, ao estilo mafioso e sem nenhuma opção que permita o contrário, pelo menos, recuperar algo da aposta inicial.