Contra desmonte da educação, professores do Paraná entrarão em greve

O Sindicato dos Trabalhadores da Educação no Paraná (APP-Sindicato) teve, nesta quinta-feira (6), uma reunião e deliberou que haverá uma nova assembleia no dia 12 de outubro para referendar o início de greve para o dia 17 deste mês. 

Assembleia dos professores do Paraná - Leandro Taques

A categoria reivindica a retirada das emendas da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que alteram o pagamento da data-base; pagamento das dívidas com os(as) educadores(as), a retirada da falta do dia 29 de abril; manutenção do PDE e das licenças especiais e, no âmbito nacional, contra a MP do Ensino Médio, a PEC 241, o PLS 54 (antigo PL 257) e contra a reforma da previdência.

Confira abaixo o texto divulgado pelo sindicato: 

Apoiado pela proposta nacional de reformulação do Ensino Médio (Medida Provisória 246) e pela proposta que condiciona os investimentos na educação às sobras do orçamento de cada estado pelos próximos 20 anos (PEC 241 e PL 257), o governador Beto Richa tem encontrado respaldo para fazer o que pretendia desde o ano passado: não pagar promoções e progressões dos(as) educadores (as); tirar o reajuste anual dos(as) servidores(as) e fazer das escolas um canteiro de formação de mão de obra barata para a indústria e comércio.

Nessa segunda-feira (7), um dia depois das eleições municipais, Richa enviou à Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep), um projeto que deixou educadores(as) e servidores(as) públicos(as) indignados(as): o de parcelar para o ano que vem os mais de R$ 600 milhões que deve aos(às) professores(as) e funcionários(as) e o de tornar inválida a lei que estabeleceu o reajuste anual da data-base. “Domingo fechou as urnas e na segunda já estava na assembleia a proposta que nega a possibilidade do reajuste e nega também a possibilidade da promoção e progressão. Não é ter que escolher entre um ou outro. É o não pagamento de nenhum dos dois!”, reforça o deputado estadual Professor Lemos.

Conselho retoma decisão de assembleia – conforme deliberado em votação na assembleia, quando foi instaurada a assembleia permanente e deliberou-se que a categoria entraria em greve assim que qualquer projeto que retirasse direitos fosse enviado à Alep, o Conselho Estadual da APP-Sindicato se reuniu na manhã desta quinta-feira (6) na sede do Sindicato para debater quais ações a categoria fará para responder aos ataques do governo estadual.

Após horas de debates e ponderações, o Conselho deliberou que haverá uma nova assembleia no dia 12 de outubro para referendar o início de greve para o dia 17 de outubro.

A pauta de reivindicações desta greve é a retirada das emendas da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que alteram o pagamento da data-base; pagamento das dívidas com os(as) educadores(as), a retirada da falta do dia 29 de abril; manutenção do PDE e das licenças especiais e, no âmbito nacional, contra a MP do Ensino Médio, a PEC 241, o PLS 54 (antigo PL 257) e contra a reforma da previdência.

Calendário:

10 e 11/10 – Mobilização e vigília dos servidores e servidoras(as) (FES).

11/10 – Reunião do Conselho Estadual da APP-Sindicato.

12/10 – Assembleia dos(as) educadores(as). Local a definir.

13/10- Debate sobre a MP do Ensino Médio nos NREs; APP fará manifestação indicando contrariedade ao debate limitado proposto pela Seed.

17/10 – Início da greve com concentração em Curitiba.

Foi também aprovado que, até o dia 17, os(as) educadores(as) farão debate com a comunidade escolar, lideranças estudantis, autoridades locais e visitas aos gabinetes dos(as) deputados(as) para explicar os motivos da greve e mobilizar a sociedade na defesa de uma educação pública de qualidade. Haverá ainda, no site da APP, a divulgação de uma carta pública e de materiais de apoio à greve.