Sindicato afirma que greve no Paraná é contra a retirada de direitos
O presidente do Sindicato dos Professores do Paraná (APP-Sindicato), Hermes Leão, fez um primeiro balaço sobre a greve iniciada nesta segunda-feira (17) na educação básica do Paraná. Cerca de 50% das escolas estão paralisadas na manhã de hoje, mas, conforme a entidade, a tendência é que o movimento se amplie no decorrer da semana.
Publicado 17/10/2016 13:24
O presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão, fez um primeiro balaço sobre a greve iniciada nesta segunda-feira (17) na educação básica do Paraná. Cerca de 50% das escolas estão paralisadas na manhã desta segunda-feira (17), mas, conforme a entidade, a tendência é que o movimento se amplie no decorrer da semana.
Segundo o sindicalista, “não é uma greve de aumento salarial, de ganho. É contra a retirada de direitos.” O governador Beto Richa (PSDB) quer revogar a lei da data-base, acordada ao fim da greve de 2015, que garante reposição da inflação deste ano em janeiro de 2017.
Além disso, a educação se manifesta contrariamente à MP 746 (reforma do ensino médio) e à PEC 241 (que congela os investimentos na educação por longos 20 anos).
A APP-Sindicato pede ainda que a Justiça Federal acelere a punição dos favorecidos pelo desvio de R$ 50 milhões da Educação, investigado pela Operação Quadro Negro, que financiaram a campanha de Richa e de deputados governistas — segundo o Ministério Público.
Originalmente, o dinheiro seria destinado para a construção de novas escolas no estado.
Em relação a negociação com o governo, o presidente da APP explicou que há uma reunião marcada para quarta-feira (19) com o conjunto de servidores. Para o professor, esta é mais uma manobra da alta cúpula do governo que, mais uma vez, demonstra desinteresse no retorno das aulas. “Desde que deflagramos a greve na assembleia, temos tentado contato com o governo, estamos à disposição a qualquer momento do dia ou noite para que esta reunião aconteça. No entanto, ainda não fomos atendidos em nossa solicitação. Ao nosso ver, é uma tentativa de desgastar a imagem da APP, colocando-nos como culpados da falta de aulas”, reforça Hermes.
Ocupações
Além da greve, os professores também apoiam a luta dos estudantes que ocupam 500 escolas e 7 universidades no estado, resistindo contra a PEC 241, a Reforma do Ensino Médio e a Lei da mordaça, que pretendem precarizar e tornar o ambiente escolar ainda mais conservador.
A APP-Sindicato representa cerca de 100 mil educadores em todo o estado. Desses, 60 mil são da ativa (professores e funcionários de 2,1 mil escolas).