Daniel: Os golpes de agora são originários do golpe contra Dilma
Ao comentar sobre a crise institucional no Brasil, agravada pelo episódio Senado x STF, o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB-BA) defendeu que os ‘golpes’ de agora são desdobramentos do golpe maior, contra a presidenta Dilma Rousseff. Nesta semana, o ministro Mauro Aurélio tirou Renan Calheiros (PMDB), presidente do Senado e réu na Corte, do cargo, e este não acatou a ordem judicial, aguardando a decisão do Pleno do STF, que o manteve na presidência.
Publicado 09/12/2016 18:28 | Editado 04/03/2020 16:14
“O contexto desse processo é de uma crise institucional. É de um poder tentando interferir no outro. É de gente querendo se aproveitar da confusão política e da instabilidade institucional para encaminhar decisões que não estão autorizadas a fazer, como foi o caso do ministro Marco Aurélio. O pano de fundo disso tudo foi a decisão de afastar a presidenta Dilma”, afirmou Daniel Almeida.
O parlamentar comunista explica que, ao afastar a presidenta Dilma, um caminho para o caos foi aberto no Brasil. “Ao afastá-la sem fundamento, sem um fato concreto, deslegitimando o voto popular, abriu-se caminho para todas essas manobras. É um golpe que vai suscitando outros golpes. A instabilidade tem origem nesse processo”, garante.
Daniel ainda avalia que, com o imbróglio, todos saem perdendo. “Perde o Senado, enquanto instituição – e eu não quero aqui entrar no mérito do que é Renan e a resposta que ele tem que dar – e o próprio Marco Aurélio, que tomou uma decisão que não poderia tomar. E saiu diminuído também o STF, que fugiu daquele papel moderador, de interpretação da lei, tendo que tomar a decisão usando de argumentos políticos”.
A solução para acabar com a crise, aponta o parlamentar, é a realização de novas eleições presidenciais. “Só há uma saída para reestabelecer a normalidade democrática no País: devolver ao povo a soberania do voto”, finaliza.
De Salvador,
Erikso Walla