Para senadora Vanessa, crise só será superada com saída de Temer 

“A superação da crise passa pela saída de Temer e por Diretas Já!”, afirma a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), ao avaliar a situação atual do país em sua coluna semanal da Folha de S. Paulo, publicada nesta terça-feira (13). “Se a situação política é crítica, a econômica é ainda pior”, destaca a parlamentar, citando as novas delações da Lava Jato, que chegam aos partidos de sustentação do governo de Michel Temer e as medidas contra o povo em votação no Congresso. 

Para senadora Vanessa, crise só será superada com saída de Temer - Reuters

“Os acontecimentos atuais mostram a gravidade da crise que o país atravessa. E tendem a se agravar, tanto pelo fracasso da economia quanto pelas novas delações, sempre com a ressalva de não se misturar doações legais com eventuais práticas de corrupção”, afirma Vanessa, destacando que as delações chegam agora “às figuras centrais dos principais partidos de sustentação do ‘governo’ (PMDB, PSDB, DEM, PP, PSD), trazendo para o centro do escândalo o próprio presidente Michel Temer”.

Para a parlamentar, “se a situação política é crítica, a econômica é ainda pior. Os números são extremamente negativos, tudo desanda. São mais de 12 milhões de desempregados e a produção industrial é a pior dos últimos três anos”.

E, para piorar a situação, “o governo tem um único projeto: aprovar medidas contra o povo”, destaca, citando a reforma da Previdência, “que impõe o absurdo de 49 anos de contribuição e 65 de idade para que homens e mulheres possam se aposentar”, a desvinculação dos benefícios sociais do salário mínimo e a PEC do congelamento dos gastos públicos, que está em tramitação acelerada no Senado.

A senadora denunciou as manobras feitas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para recuperar o tempo perdido com a crise que lhe ameaçou o cargo e tentar votar a PEC do congelamento nesta terça-feira (13). “O presidente do Senado realizou três sessões de discussão da PEC, numa única sessão de sete horas no dia 8, em absoluta desconformidade com o regimento da Casa”.

Política assombrosa

E enfatiza: “Os efeitos deletérios dessa política assombram o Brasil e o mundo, como revela Philip Alson (ONU), que repudiou a proposta por considerar que ‘o efeito principal e inevitável será o prejuízo aos mais pobres nas próximas décadas’”.

Citando o representante da ONU, Vanessa diz que “os planos do governo de congelar os gastos sociais por 20 anos são inteiramente incompatíveis com as obrigações de direitos humanos do Brasil”, e é “completamente inapropriado congelar somente o gasto social e atar as mãos de todos os próximos governos por outras duas décadas. Se essa emenda for adotada, colocará o Brasil em uma categoria única em matéria de retrocesso social”.

E avalia que “não podemos aceitar que o Brasil abandone o projeto de reafirmação de nossa soberania, de desenvolvimento e inclusão social que vinha sendo desenvolvido e abrace essa política neoliberal de regressão, por essa pinguela que eles chamam de governo”, para em seguida concluir que “a superação da crise, portanto, passa pela saída de Temer e por Diretas Já!”.