Wil Pereira – 2017 bate à porta: nossa luta nunca será em vão

“A intensa luta do ano que finda nos fez mais unidos, fortes e em preparação constante para as velhas e novas batalhas que nos aguardam em 2017. O novo ano anuncia, no entanto, uma necessidade fundamental: a de fortalecimento de um diálogo cada vez maior com a classe trabalhadora. É preciso alertar para as consequências dos ataques que sofremos durante o processo de golpe parlamentar e midiático a que ainda estamos sendo submetidos”.

Por * Wil Pereira

Fortaleza

“Não ao golpe e nenhum direito a menos” foi o que mais ouvimos e gritamos em 2016 – social e politicamente, um dos anos mais conturbados da história recente de nosso País. A direita golpista neoliberal atropelou nossa democracia e dilacerou-a da forma mais cruel possível, pondo em risco extremo as futuras gerações de brasileiros e brasileiras. Foram muitas as derrotas não só a uma classe, mas a um país inteiro. Mas discriminar e menosprezar a classe trabalhadora são um erro.

A intensa luta do ano que finda nos fez mais unidos, fortes e em preparação constante para as velhas e novas batalhas que nos aguardam em 2017. O novo ano anuncia, no entanto, uma necessidade fundamental: a de fortalecimento de um diálogo cada vez maior com a classe trabalhadora. É preciso alertar para as consequências dos ataques que sofremos durante o processo de golpe parlamentar e midiático a que ainda estamos sendo submetidos. Um dos mais duros deles ocorreu com a recém-aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 55. Alheio aos recados das ruas e ratificando as barbaridades cometidas por um governo ilegítimo, o Congresso congelou, por 20 anos, investimentos em setores sociais importantes como educação e saúde.

Outro duro ataque que se desenha pretende dar poder às negociações entre patrões e empregados para definir salário, jornada e benefícios – uma reforma trabalhista que faz vistas grossas à Convenção das Leis do Trabalho – CLT (1943) e à própria Constituição. E, enquanto empresários devem bilhões ao INSS e seguem desempregando em massa, o governo encaminha também uma desumana reforma da Previdência.

Os movimentos sociais e populares somaram-se ao sindical na realização de intensas manifestações, paralisações e greves ao longo do ano, no embate contra a ofensiva de retrocessos – inimagináveis poucos anos atrás. Se 2016 foi um ano que jamais esqueceremos, 2017 virá com força, esperança e certeza de que nossas lutas não foram e nunca serão em vão. Porque o trabalhador e a trabalhadora do Brasil são, juntos, muito mais fortes – sejam do setor público ou privado; sejam do campo ou da cidade. Esse sempre será o nosso lema.

*Wil Pereira é presidente da Central Única dos Trabalhadores no Ceará (CUT-CE)

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