Federação Sindical Mundial denuncia política anti-imigração de Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto, na última sexta-feira (27), que suspende o programa de admissão de refugiados e veta a entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana.

Federação Sindical Mundial denuncia política anti-imigração de Donald Trump - Joshua Lott - AFP

Em resposta, a Federação Sindical Mundial (FSM), entidade a qual a Central dos Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil (CTB) é filiada, emitiu uma declaração exigindo a revogação do decreto classificado como racista.

A entidade internacional denuncia ainda que o objetivo dessas medidas é promover o racismo e a intolerância para dividir a classe trabalhadora. “A FSM, fiel aos seus princípios internacionalistas, chama os trabalhadores do mundo, independentemente da sua religião, cor e língua, para unir-se sob as bandeiras das organizações classistas contra seu inimigo comum: os capitalistas, para um mundo sem guerras, pobreza e racismo”, diz a declaração.

Leia abaixo a íntegra:

Declaração da FSM sobre o decreto presidencial racista do governo dos EUA

A FSM, representando 92 milhões de trabalhadores em todos os cantos do mundo, condena fortemente o decreto presidencial racista do governo de EUA que proíbe a entrada nos EUA de viajantes provenientes de sete países (Síria, Somália, Sudão, Irã, Iraque, Líbia, Iêmen), culpando-os de “terrorismo islâmico”, separando assim os povos do mundo, de acordo com a religião.

O presidente Trump esqueceu que o Estado Islâmico foi criado, financiado, armado e apoiado pelo governo de EUA liderado pelo presidente Obama? Foi a política dos EUA que sangrou os povos na Síria, Líbia, Afeganistão, Iraque e em outros lugares.

O racismo e a intolerância, promovidos pelos capitalistas e seus governos, pretendem separar os trabalhadores, virando uns contra os outros. Os capitalistas exploram os ataques terroristas na Turquia e nos países europeus assim como o recente assassinato de seis muçulmanos enquanto rezavam em Quebec, Canadá.

O objetivo é tomar novas medidas contra as lutas dos povos e aqueles que estão resistindo aos planos dos imperialistas. A FSM, fiel aos seus princípios internacionalistas, chama os trabalhadores do mundo, independentemente da sua religião, cor e língua, para unir-se sob as bandeiras das organizações classistas contra seu inimigo comum: os capitalistas, para um mundo sem guerras, pobreza e racismo.

Por um mundo sem exploração do homem pelo homem. A FSM exige a revogação do decreto racista contra os sete países e expressa a sua solidariedade às famílias dos seis muçulmanos que injustamente perderam suas vidas em Quebec.

Atenas, 31 de janeiro 2017,

Secretariado da FSM