Conferência: "Israel é uma ameaça para a Palestina e para o mundo"

A 6ª Conferência Internacional de Apoio à Intifada Palestina, que decorreu em Teerã, nos dias 21 e 22, ficou marcada pela expressão veemente de solidariedade para com a resistência palestina à ocupação israelita.

6ª Conferência Internacional de Apoio à Intifada Palestina

Na jornada de encerramento do encontro, em que participaram cerca de 700 representantes de mais de 80 países e de organizações de defesa dos direitos dos palestinos, o presidente iraniano, Hassan Rohani, dirigiu-se aos presentes para sublinhar que "os líderes ocidentais cometeram um erro estratégico, há 70 anos, ao fundarem um regime falso para lograrem os seus objectivos expansionistas na região".

O mandatário iraniano disse ainda que não haverá uma paz justa e duradoura no Médio Oriente até que a Palestina seja libertada e que os direitos dos palestinos sejam respeitados, neles se incluindo o regresso de todos os refugiados à sua pátria e a criação de um Estado palestino, que tenha Jerusalém como capital, através de um referendo em que participem todos os residentes nesse território, sejam muçulmanos, cristãos ou judeus, informam a HispanTV e a PressTV.

Rohani, que recordou como a "ocupação das terras na nação oprimida da Palestina" trouxe consequências "devastadoras para a paz e a segurança" no mundo, lançou o alerta para as tentativas de recrutamento, por parte de Israel, de novos aliados no seio do mundo árabe.

"O regime sionista ocupante [de Israel], numa tentativa de normalizar a sua situação, referiu-se pela primeira vez a certos países árabes como seus aliados contra a frente de resistência, em vez de os apontar como seus inimigos", disse o chefe de Estado iraniano, citado pela PressTV.

Neste sentido, Rohani avisou que a normalização de relações entre alguns dos países árabes e Israel significaria virar as costas, abandonando-os ao esquecimento, a todos os crimes cometidos por Israel na Palestina e noutros países muçulmanos.

Unidade e resistência

Na declaração final da conferência, os participantes destacam a necessidade de pôr fim às sete décadas de ocupação israelita, apelam a uma maior unidade entre os palestinos e sublinham que a resistência é o único caminho.

"Ressaltamos a continuidade dos esforços para pôr fim a sete décadas de regime de ocupação, garantir a integridade territorial da Palestina desde o mar até ao rio e estabelecer um Governo palestino em Al-Quds (Jerusalém)", lê-se no texto.

Condenando os esforços de judaização de Jerusalém e a manipulação sistemática dos seus símbolos e identidade, o documento deixa também expressa a condenação ao apoio dos EUA a Israel, bem como a uma possível mudança da Embaixada norte-americana para Jerusalém.

Num outro ponto, a declaração enaltece a tomada de posição recente de organizações internacionais sobre a política expansionista dos colonatos israelitas, que viola o direito internacional e deita mais lenha para o fogo do "conflito". À comunidade internacional, os participantes pedem maior firmeza na pressão sobre Israel, de forma a acabar com a sua "desumanidade" nos territórios ocupados, em que se incluem os "assassinatos selectivos" e as "expulsões" dos palestinos.