Eleição presidencial do Equador será definida em segundo turno

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador confirmou na noite desta quarta-feira (22) que nenhum dos oito candidatos à Presidência do país obteve votos suficientes nas eleições do último domingo (19), por isso o segundo turno acontecerá entre os dois mais votados: o governista Lenín Moreno, da Aliança País, e o opositor Guillermo Lasso, da aliança conservadora Creo.

Lenín Moreno e Guillermo Lasso - Efe

“Posso informar ao país que no dia 2 de abril se realizará o segundo turno eleitoral”, declarou o presidente do CNE, Juan Pablo Pozo, durante pronunciamento em cadeia nacional.

Com 99,5% das urnas apuradas, Lenín alcançou 39,33%, enquanto Lasso ficou com 28,1% dos votos. A legislação eleitoral equatoriana estabelece que, para vencer as eleições presidenciais no primeiro turno, um candidato precisa da metade mais um dos votos ou, pelo menos, 40%, com uma diferença de dez pontos percentuais em comparação ao segundo mais votado.

Por isso, Pozo disse que a partir desta quinta-feira (23) o CNE começará a organizar o segundo turno.

O anúncio do chefe do CNE colocou um ponto final na tensão em que ficou o país desde o fim da jornada eleitoral e o começo da apuração, ao longo da qual se disputou voto a voto tanto a vitória no primeiro turno de Lenín quanto a realização do segundo turno entre o candidato governista e Lasso. Apoiadores do opositor chegaram a fazer uma “vigília” nas imediações da sede do Conselho, em Quito, para exigir o segundo turno.

Em referência a esta situação, Pozo afirmou que, como administrador dos processos eleitorais no país, teve firmeza em defender o CNE, “cujas resoluções são legais e autônomas”. “Nossa atuação jamais será resultado de pressões, condicionamentos e tampouco de violência”, declarou.

Além de Lenín e Lasso, outros seis candidatos disputaram a Presidência do Equador. Com 99,53% dos votos apurados, Cynthia Viteri, do PSC (Partido Social Cristão), tem 16,31% – e já declarou apoio a Lasso no segundo turno; Paco Moncayo, da aliança de esquerda Acordo Nacional pela Mudança, tem 6,71% dos votos computados; Dalo Bucaram, do movimento Força Equador, filho do ex-presidente deposto Abdalá Bucaram (1996-1997), tem 4,82%; Iván Espinel, do movimento Força Compromisso Social, tem 3,18% – e se reuniu com Lenín nesta quarta-feira (22), indicando um possível apoio no segundo turno; Patricio Zuquilanda, do PSP (Partido Sociedade Patriótica), tem 0,77%; e Washington Pesántez, do Movimento União Equatoriana, com 0,75%.