Partido Comunista Equatoriano convoca pacto democrático pela vida

O Partido Comunista Equatoriano (PCE) convoca hoje todos os cidadãos e organizações deste país sul-americano a se unirem em um pacto democrático pela vida e respeito às diferenças.

Revolução Cidadã - Presidência do Equador

Esta iniciativa é parte da luta por defender as conquistas alcançadas nos 10 anos de revolução cidadã, liderada pelo presidente Rafael Correa, explicou em entrevista à Prensa Latina o secretário geral do PCE, Paul Almeida.

'O projeto é um chamado civil resultante de uma resolução adotada nesta semana pelo Comitê Executivo do PCE', precisou.

'A partir de hoje declaramo-nos em defesa da gratuidade da educação, em defesa da gratuidade da saúde, da igualdade de oportunidades, independentemente da etnia, da nacionalidade, do povo, da condição socioeconômica, em defesa de todas as conquistas e avanços democráticos da Constituição de Montecristi', assegurou.

Segundo especificou, trata-se de proteger a democracia ante os ataques em redes sociais por parte do movimento CREO e seu representante nas urnas Guillermo Lasso, contra as regiões e pessoas que votaram pelo oficialista Lenín Moreno para presidente.

'Essas atitudes são realmente crimes de ódio que deveriam ser processados judicialmente (…), um fascismo que acaba de lançar suas primeiras garras e contra isso vamos lutar', enfatizou.

A condenação de Almeida e do PCE ao ex-banqueiro Lasso e sua formação política respondem a mensagens desrespeitosas enviadas através do Twitter a habitantes de Manabí, província afetada pelo terremoto de 16 de abril de 2016, por respaldar majoritariamente a governamental Aliança PAIS e Moreno nas eleições gerais realizadas em 19 de fevereiro passado.

'Em primeiro ou segundo turno vamos vencer, porque o equatoriano humilde, com dignidade, não vai votar em um banqueiro para que seja presidente', afirmou sobre as eleições que se realizarão no próximo dia 2 de abril entre os dois candidatos mais votados no exercício eleitoral inicial.

O pleito concluiu com a vitória de Moreno com 39,3% dos votos, mas ao não chegar ao mínimo de 40 pontos percentuais requeridos por lei será necessária a segunda rodada.

A seu julgamento, na revolução cidadã há questões que devem ser revistas e aprofundadas, mas o resultado das eleições convoca a manter a mão estendida, como tem dito Lenín Moreno, sem perder jamais o rumo revolucionário e de esquerda do processo em curso.

Sobre as ações pós-eleições da direita, considerou os chamados da oligarquia como irresponsável, assim como alguns meios de comunicação, que tentam posicionar esses atos como uma reação popular, quando é somente de uma parte minúscula onde o povo não está.

'Nas forças de esquerda revolucionárias mantemos que o primeiro é evitar o confronto entre equatorianos. Ninguém quer a guerra civil, nem a instabilidade democrática do país, que é ao que querem nos conduzir certos setores', acrescentou.

Nesse sentido, estimou que a postura de Lenin tem sido adequada, coerente e fundamentalmente responsável, porque, inclusive sendo os prejudicados pelas inconsistências, continua falando de paz, tranquilidade e respeito à institucionalidade.

Entre as atividades imediatas do PCE face às eleições mencionou divulgar com clareza absoluta o plano de governo do candidato e sobretudo a verdade do programa de Guillermo Lasso, que em nada representa a maioria.

Falar com o povo, ativar estratégias de comunicação, participar em espaços de concentração política e de massa, assim como promover uma grande frente política popular, com todas as organizações em prol da democracia em diferentes frentes, é parte da iniciativa.

'O triunfo de Lenin Moreno não será da Aliança PAIS, mas da democracia, dos interesses majoritários do povo, da Constituição de Montecristi e no segundo turno terá maior legitimidade', advertiu. Almeida reiterou que o pacto democrático implica respeitar a institucionalidade, usar ferramentas de participação popular, evitar a violência, condenar atitudes fascistas e discriminatórias e crimes de ódio.

Na sua opinião, a esse grande chamado, que circulará nas redes sociais para promover adesões, deveriam se somar a nível institucional as Forças Armadas, a Polícia Nacional, partidos de oposição e os que apoiam a democracia, como única forma de respeitar a constitucionalidade e as instituições.