Construtora franco-suíça admite que deu dinheiro a terroristas na Síria

A empresa franco-suíça Lafarge Holcim, especializada em construção, admitiu nesta quinta-feira (2) ter entregue dinheiro de forma ''inaceitável'' a terroristas na Síria, entre os quais poderia figurar o Estado Islâmico, com a finalidade de manter uma fábrica em funcionamento.

Lafarge-Holcim: Logotipo da construtora franco-suíça envolvida com terroristas sírios - Prensa Latina

Em um comunicado, a empresa assumiu que, desde 2012 até 2014, entregou "fundos a terceiros com o fim de atingir acordos com um determinado número destes grupos armados, inclusive alguns submetidos a sanções".

Embora a companhia tenha indicado que durante os interrogatórios não puderam definir que grupos estão compreendidos nos tratados, o jornal Le Monde revelou há alguns meses que o Estado Islâmico foi beneficiado.

Segundo as informações, o acordo e a entrega de dinheiro serviram para garantir o funcionamento de uma fábrica de concreto na cidade de Jalabiya, localizada a 150 quilômetros a nordeste de Alepo.

A fábrica pertencia naquele momento ao grupo francês Lafargue, que depois se fundiu com a empresa suíça Holcim.

O caso foi revelado pelo jornal francês Le Monde em junho do ano passado e a justiça francesa abriu uma investigação preliminar diante das acusações de financiamento ao terrorismo.

O comunicado da companhia indicou que "os responsáveis pelas operações na Síria parecem ter atuado segundo o que consideraram melhor para os interesses da empresa e seus empregados".

No entanto, acrescentou, "a investigação revela erros de apreciações significativas, e em contradição com o código de conduta então vigente".