Temer defende participação feminina, mas exclui de ministérios

Em vídeo publicado nas redes sociais. Temer disse que a "igualdade de oportunidades entre a mulher e o homem será fruto do trabalho incansável e cotidiano de cada um de nós, em todas as esferas da vida”.

No entanto, dados do Ministério do Planejamento divulgados na sexta-feira (3), mostram um redução do número de mulheres nos cargos do governo, inclusive os comissionados. Levantamento feito entre maio e novembro de 2016, revelam um corte de corte de cargos ocupados por mulheres de 12,3% contra 8,46% do que houve com os postos assumidos por homens. Em números absolutos foram cortados 1.104 cargos que eram exercidos por mulheres.

Para a socióloga e coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre as Mulheres da UnB (Universidade de Brasília), Lourdes Maria Bandeira, o governo atua dentro de uma visão "sexista" e "desqualifica" as mulheres. "Esse quadro mostra que este governo reduz a presença feminina nos espaços de poder por entender que elas são menos importantes que os homens", diz a socióloga.O presidente fez a afirmação durante a abertura da reunião com os membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). Quando foi recriado pelo governo, em novembro do ano passado, o Conselhão teve um aumento de 65% na participação feminina, em relação à composição anterior.

(AI) Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, presidente Michel Temer defende ampliação da participação feminina na sociedade pic.twitter.com/ArZ91Hr51Z

— Michel Temer (@MichelTemer) 8 de março de 2017

Mas no discuros de Temer, tudo são flores. Ele lembrou de outras ações que tomou durante sua vida pública para reforçar o compromisso com os direitos das mulheres. Disse que criou a Delegacia da Mulher durante a gestão do presidente como Secretário de Segurança Pública em São Paulo, em 1985. Quando na verdade, a delegacia foi resultado da mobilização e pressão dos movimentos de mulheres.