“Atentado à democracia”, classifica PT sobre censura de Moraes ao site
A juíza Cristina Inokuti, da 3ª Vara Cível de São Paulo, atendeu pedido do ex-ministro da Justiça de Temer e agora ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e determinou que o PT retire do seu site a matéria “Justiça é muita areia para a caçambinha de Moraes, critica Aragão”. O PT classificou a medida com censura e “um atentado à democracia”.
Publicado 10/03/2017 18:07
“É mais um atentado à democracia perpetrado por integrante do ilegítimo governo golpista que hoje ocupa o poder no Brasil”, diz nota divulgada pelo PT.
E completa: “É profundamente lamentável, e causa grande preocupação, o fato de que Moraes, recentemente nomeado para a mais alta corte de Justiça do país, tenha mobilizado seus esforços para censurar a opinião do ex-ministro do governo Dilma Rousseff, Eugênio Aragão, exposta em entrevista à Agência PT”.
O PT adiantou que irá recorrer contra a decisão, que “lembra os piores dias do regime militar, e continuará lutando pelo retorno do Brasil ao Estado Democrático de Direito, que só acontecerá quando houver novas eleições diretas para a presidência da República”.
Na entrevista que incomodou Moraes, o ex-minsitro Aragão afirmou que ele tem “histórico de arbitrariedades”, quando esteve à frente da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. "Isso já demonstra claramente qual o tipo de ator que esse ‘governo’ do Michel Temer buscou para tratar de assuntos estratégicos do Estado, como são as penitenciárias. O Ministério da Justiça é muita areia pra caçambinha dele”, declarou Aragão.
O ex-ministro também criticou a conduta de Alexandre de Moraes diante das chacinas ocorridas na primeira semana de 2017 em penitenciárias no Amazonas e de Roraima, quando mais de 90 presos foram mortos. “Nesse episódio trágico, em que em dois dias morreram 90 brasileiros que estavam sob a custódia do Estado, é vergonhoso que um ministro da Justiça tenha que mentir para dizer que ele nunca recebeu qualquer tipo de pedido de ajuda para área penitenciária e depois a governadora ter que vir a público com o ofício que mandou para ele, bem como com a resposta dele”, condenou.