Temer quer que trabalhador agradeça por retirar direitos com reformas

Enquanto aplica um arrocho fiscal com congelamento dos investimentos públicos por 20 anos, impõe propostas de reformas trabalhista e Previdenciária que retiram direitos, entrega o pré-sal ao capital estrangeiro e promove uma recessão brutal acompanhada de desemprego recorde, Michel Temer (PMDB) disse em entrevista à Rádio CBN, nesta sexta-feira (10),que a única coisa que quer é ser reconhecido pela história.

Michel Temer - Foto: Marcos Corrêa/PR - Fotos Públicas

“A única coisa que quero é ser reconhecido mais adiante pela história, nada mais que isso”, disse Temer, ressaltando que tem quase absoluta certeza de que chegará ao fim do governo nessa condições. Não é a primeira vez que Temer fala em ser reconhecido. Essa necessidade revela o seu narcisismo com relação ao poder.

Decolando no delírio, Temer disse que “as medidas que tomamos até hoje, até para a nossa surpresa, fizeram com que esperássemos um respiro na economia a partir do segundo semestre".

"O respiro na economia veio a partir de janeiro. A economia já começou a decolar. A recessão está ficando para trás. Com a aprovação da reforma da Previdência, país dará um salto”, disse.

Ainda na entrevista, Temer afirmou que o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atualmente preso em Curitiba por conta de investigações da Operação Lava Jato, não tem influência no governo federal. O motivo que levou Temer a ter que se pronunciar sobre o assunto foi a declaração do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que afirmou que, mesmo preso, Cunha tem influência na nomeação de ministros para o governo Temer.

"Eu disse a ele que o ministro Padilha deve voltar o mais rapidamente possível ao cargo porque, se isso não acontecer, o Eduardo Cunha senta o Gustavo Rocha lá", disse Renan à colunista do G1, Cristiana Lôbo, relatando uma conversa que teve com o ministro Moreira Franco.

"Absolutamente não existe [influência de Cunha no governo]. […] Imagina. Essas afirmações não têm sustentação. Imagine se o Eduardo Cunha, que está, enfim, distante, pode influenciar alguma coisa, não há influência nenhuma. Não tem influência nenhuma", declarou Temer.

Disse ainda que não pretende demitir ninguém de seu governo, mesmo que sejam abertos inquéritos contra ministros no âmbito da Operação Lava Jato.