Vanessa sobre declarações de Maia e Temer: “Sobra convicção antipovo”

Para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), as recentes declarações de Michel Temer (PMDB) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidentes da República e da Câmara dos Deputado respectivamente, evidenciam que “não lhes falta informação, sobra convicção antipovo”.

Vanessa Grazziotin - Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

“Mas, se não avançarem, em breve serão varridos junto com sua carga de opiniões e práticas retrógradas, machistas, discriminatórias e injustas!”, afirma a senadora em sua coluna semanal na Folha de S. Paulo desta terça-feira (14).

Intitulado “Retrocessos do Planalto”, o artigo classifica de “absurdas” as declarações de Maia sobre a Justiça do Trabalho; e de Temer sobre as mulheres. Vanessa se refere à afirmação do presidente da Câmara dos Deputados que, em seu apoio à reforma trabalhista, criticou o que chama de “excesso de regras” nas relações do trabalho e disse que a Justiça do Trabalho “não deveria nem existir”.

“Revela, assim, não o desconhecimento sobre a fragilidade dos trabalhadores, cujos direitos são vilipendiados a todo instante, mas seu total desprezo pelos mais humildes e a repulsa aos seus mínimos direitos”, afirmou a senadora comunista.

Sobre as declarações de Temer durante discurso por ocasião do Dia Internacional da Mulher, em que disse que as mulheres são muito boas para a casa, para o cuidado com os filhos e na economia, fiscalizando os preços nos supermercados, Vanessa enfatizou que não se tratou de uma gafe, como alguns defenderam.

“Complicavam-se cada vez mais, tal qual quando Temer justificou a ausência de mulheres no seu ministério, argumentando que havia escolhido ministros por critérios técnicos e de mérito. Por acaso as mulheres são desprovidas de méritos e capacidade técnica? Sem mencionar que, dos oito que deixaram governo, cinco desses ‘meritocráticos’ saíram por razões nada meritórias”, frisou.

E completa: “Portanto o que Temer diz e faz nada mais é do que expressar sua profunda convicção quanto ao papel que ele define para a mulher na sociedade: ‘belas, recatadas e do lar’”.

Para Vanessa, “essa agressão contra as mulheres é inaceitável, indigna de um presidente”.

“A verdade é que Temer e boa parte de sua equipe acreditam, de fato, que as mulheres nasceram para servir e eles, para mandar. Que a maioria nasceu para trabalhar e enriquecer uma pequena minoria. Não há surpresa em suas manifestações. Expressam convicções ideológicas de defesa exacerbada da exploração dos trabalhadores e profunda discriminação de gênero”, concluiu.