Venezuela se une a banco de desenvolvimento liderado pela China

Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB, na sigla em inglês), criado por Pequim para se contrapor a Banco Mundial e Banco Asiático de Desenvolvimento, começou a operar em 2015.

Banco Asiático de Desenvolvimento

O Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB, na sigla em inglês), impulsionado pela China, anunciou nesta quinta-feira (23/03) a aprovação de 13 novos membros, entre eles Venezuela, Peru e Canadá.

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É a primeira vez que o AIIB aprova novos membros desde sua fundação, em janeiro de 2015, quando foi lançado com 57 membros fundadores, entre os quais estão China, Reino Unido, Alemanha e Brasil.

Os 13 novos membros potenciais – Venezuela, Peru, Canadá, Afeganistão, Armênia, Fiji, Hong Kong, Timor Oriental, Bélgica, Etiópia, Hungria, Irlanda e Sudão – serão oficialmente incorporados quando ratificarem os estatutos do órgão e depositarem a primeira cota de fundos no banco.

A instituição multilateral foi proposta pelo presidente da China, Xi Jinping, em 2014, para financiar projetos de infraestrutura no continente asiático. Entre os primeiros projetos financiados pela organização estão um gasoduto no Azerbaijão, um terminal portuário em Omã, uma central elétrica em Mianmar e uma estrada no Paquistão.

Outro objetivo é dar relevo à China na ordem financeira global, se contrapondo a instituições como o Banco Mundial e o Banco Asiático de Desenvolvimento, dominado por Japão e Estados Unidos. O governo Obama, inclusive, se opôs à criação do banco, e depois viu aliados como Reino Unido, Alemanha, Coreia do Sul e Austrália se unirem como membros fundadores.

A participação no banco depende do tamanho da economia dos países e dá mais peso aos membros asiáticos do que àqueles de outros continentes. Atualmente, a China tem 27,85% dos votos, o que lhe dá, na prática, poder de veto para bloquear resoluções a que se oponha. Os 13 novos membros alteram ligeiramente este quadro, mas visto que suas economias são pequenas, é provável que a perda de direitos de voto para a China seja irrelevante – já a entrada do Japão poderia mudar este cenário.

De acordo com o jornal espanhol El País, Tóquio e Washington resistem a se unir ao banco por não querer estar sob o controle de Pequim. “A porta segue aberta”, declarou Laurel Ostfield, porta-voz do AIIB, sobre uma possível associação de EUA e Japão.
Segundo a porta-voz, pelo menos mais 10 países, alguns latino-americanos, manifestaram interesse em fazer parte do AIIB, que começou a operar formalmente em 2015 com um capital autorizado de 100 bilhões de dólares. “Esperamos poder anunciar mais membros potenciais nos próximos meses”, afirmou.