Advogados de Lula reiteram que Petrobras impede acesso a documentos
Os advogados Cristiano Zanin e Valeska Teixeira Martins, que trabalham para ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acusam a Petrobras de impedir a defesa do petista de ter acesso a documentos relativos à denúncia do Ministério Público contra ele.
Publicado 11/05/2017 19:33

Segundo os advogados, enquanto o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a Petrobras – que é assistente de acusação – têm acesso a todo material da empresa para usar na ação, isso é negado à defesa de Lula. Para eles, isso "fere a garantia da paridade de armas".
A nota é uma resposta a texto divulgado pela força-tarefa da Operação lava Jato, nesta quinta (11), no qual afirma que a defesa de Lula "prestou informação falsa à sociedade", na coletiva após o depoimento do petista ao juiz Sergio Moro, em Curitiba. Na ocasião a advogada Valeska informou que a defesa não teve acesso a documentos da petroleira brasileira, o que a Lava Jato agora nega.
Leia, abaixo, a nota dos advogados:
Sustenta, na petição que, por ser uma sociedade de economia mista,“exploradora de atividade econômica, sujeita ao regime próprio das empresas privadas (CF, art. 173) e, consequentemente, à concorrência de outras empresas no Brasil e no exterior (…) não se pode conceber, por exemplo, que os segredos de negócio como a estratégia de exploração do pré-sal sejam devassados e expostos para que empresas concorrentes possam deles se utilizar."
O que a defesa questionou ontem – e foi registrado pela advogada Valeska Martins à imprensa, em Curitiba – é que, enquanto o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a assistente de acusação têm acesso a todo e qualquer material da empresa para usar na ação, isso é negado à defesa de Lula. Não se trata de conhecer apenas materiais selecionados – como a ata a que se referiu a Força Tarefa – o que fere a garantia da paridade de armas.
Valeska disse que a defesa não teve acesso aos documentos que provam que Lula nunca participou de nenhum ato dentro da companhia que pudesse remotamente comprovar algo ilícito. (…) Precisamos ter o mesmo acesso, a mesma igualdade e a condição de provar [a inocência de Lula], o que esta sendo negado à defesa.”
Entendemos assim que a nota hoje divulgada pela Força Tarefa é um factóide. O lawfare contra Lula não poupa nem mesmo seus advogados.
Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins