Principais economias do mundo participam do Fórum do Cinturão e Rota

Representantes das principais economias do mundo, incluindo todos os países do G7, estiveram presentes no Fórum do Cinturão e Rota para Cooperação Internacional, que foi inaugurado neste domingo (14) em Pequim.

Cinturão e rota

O fórum é a reunião mais importante sobre a Iniciativa do Cinturão e Rota até agora, desde que presidente chinês Xi Jinping levantou pela primeira vez o conceito em 2013. É o evento de maior escala e o encontro internacional de mais alto nível realizado pela China.

Estima-se que os mais de 130 países representados no fórum de dois dias abrigam mais de dois terços da população mundial e seu Produto Interno Bruto combinado responde por 90% do total mundial.

Durante a inauguração do Fórum do Cinturão e Rota para Cooperação Internacional, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que a ambiciosa iniciativa intercontinental está "com base em uma visão compartilhada de desenvolvimento mundial".

Os Estados Unidos não estão ausentes. Matt Pottinger, assistente especial do presidente e diretor sênior para a Ásia no Conselho de Segurança Nacional, liderou a delegação americana.
Anunciando a participação dos EUA dois dias antes do fórum, o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, disse que o Cinturão e Rota é uma importante iniciativa comercial que "vamos continuar a trabalhar com eles".

Toshihiro Nikai, secretário-geral do Partido Liberal Democrático, o partido dominante do Japão, liderou a delegação japonesa.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, foi representada pelo chanceler do Tesouro Philip Hammond, e chanceler alemã Angela Merkel pelo ministro da Economia Brigitte Zypries, e o ex-primeiro-ministro francês Jean-Pierre Raffarin veio como enviado especial do seu presidente.
Raffarin disse à Xinhua que o presidente eleito, Emmanuel Macron, asssumiu oficialmente no domingo.

"Macron quer enviar a mensagem para a China que ele apóia a iniciativa", disse Raffarin. "A França está muito interessada na iniciativa de desenvolver a Eurásia".

Ele disse que a iniciativa vai trazer investimento, infraestrutura e empregos ao longo do Cinturão e Rota, como uma maneira eficaz de resolver a miríade de problemas do mundo.

Em entrevista à Xinhua antes de sua viagem a Pequim, o primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, disse que a iniciativa é talvez o projeto de infraestrutura moderno mais importante em andamento no mundo de hoje.

"Aproximar a economia chinesa através desta gigantesca operação de infraestrutura é extremamente interessante para a Itália", disse Gentiloni.

Xi disse que o Cinturão e Rota, enraizado na antiga Rota de Seda, concentra-se nos continentes asiático, europeu e africano. Mas também está aberto a todos. Países da Ásia, Europa, África ou Américas podem ser parceiros de cooperação internacional.

Nos últimos quatro anos, a iniciativa ganhou apoio de mais de 100 países e organizações internacionais.

Representantes do Brasil, Rússia, Índia e África do Sul – membros dos BRICS – e outras economias emergentes como a Indonésia, o México e a Turquia também estiveram presentes no fórum.
Presidente russo Vladimir Putin disse que a iniciativa é uma proposta oportuna para impulsionar a cooperação econômica e comunicação entre os países.

Hammond disse que a China dirige o Cinturão e Rota do Leste, a Grã-Bretanha é um parceiro natural no Ocidente.

"Durante séculos, a Grã-Bretanha tem sido defensora do comércio aberto. Nossa ambição é ter mais comércio e não menos comércio, e a China claramente compartilha essa visão", disse. "Central para a iniciativa é abordar os desafios de infraestrutura ao longo do Cinturão e Rota."
A Grã-Bretanha é um parceiro natural na prestação desta infraestrutura, apoiando o financiamento, o desenho e a entrega necessários para tornar a visão uma realidade.

Hammond disse que empresas britânicas e chinesas têm trabalhado bem em projetos de infraestrutura em África.

"A Grã-Bretanha está pronta para trabalhar com todos os países participantes para fazer o Cinturão e Rota um sucesso", disse.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que a experiência histórica de cooperação entre os países vinculados pela antiga Rota da Seda através da Ásia, Europa e África é importante no século 21, em um momento no qual o mundo enfrenta "desafios muito sérios".

Além de descrever a Iniciativa do Cinturão e Rota como um exemplo de cooperação em âmbitos como infraestrutura, transporte e indústria, o presidente russo disse que seu país tem apoiado a iniciativa desde o começo.

A presidente do Chile, Michelle Bachelet, disse que a amplitude da iniciativa, o nível de participação e suas dimensões estratégicas destacam sua capacidade para tornar-se no maior projeto de cooperação econômica atual.

O presidente da República Tcheca, Milos Zeman, felicitou a China por este projeto de longo prazo.
Nos últimos anos, a Iniciativa do Cinturão e Rota tem crescido de uma proposta em estado embrionário a uma rede e um padrão de cooperação de crescimento compartilhado através de discussão e colaboração.

Até o final de 2016, mais de 100 países e organizações internacionais expressaram seu apoio à iniciativa. A China assinou 46 acordos de cooperação com 39 países e organizações internacionais, os quais abrangem uma ampla gama de âmbitos.

A Iniciativa do Cinturão e Rota gera enormes benefícios para todos os envolvidos e serve como um importante fator de transformação mundial no marco da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável da ONU, disse Peter Thomson, presidente da Assembleia Geral da ONU, que também assiste ao fórum.

O primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, disse no fórum que "quero deixar muito claro que o Corredor Econômico China-Paquistão, uma iniciativa econômica em marcha, está aberto para todos os países da região".

Como ponte de conexão entre a Ásia e a Europa, a Turquia deseja aproveitar sua localização geográfica única, disse o presidente Recep Tayyip Erdogan.

O enviado especial da primeira-ministra britânica Theresa May, o secretário das Finanças do Reino Unido Philip Hammond, disse que seu país é um "parceiro natural" desta grande iniciativa de desenvolvimento.

Hammond espera que com a China como início ao leste e com o Reino Unido como o extremo ocidente do Cinturão e Rota, todos os países ao longo da rota possam trabalhar juntamente para criar mais empregos, gerar crescimento e melhorar o padrão de vida das pessoas.

Klaus Schwab, fundador e presidente executivo do Fórum Econômico Mundial, disse que a Iniciativa do Cinturão e Rota é um "marco internacional pioneiro apoiado em um conceito de plataforma aberta".

Para o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, a iniciativa pode cumprir as aspirações de todos os povos que ainda necessitam de apoio para o desenvolvimento.

Para as pessoas ordinárias, a iniciativa também pode representar algo simples, "como um fragrante copo de chá", segundo Lagarde, que durante séculos tem "reunido culturas, comunidades e pessoas", e a iniciativa está disposta a acrescentar novos sabores econômicos.