Carlos Felipe questiona aumento da violência no Ceará

O deputado estadual Carlos Felipe (PCdoB) questionou, durante o primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa da última terça-feira (13), o crescimento dos índices de violência no Ceará nos últimos dois meses. De acordo com o parlamentar, em maio, houve um aumento de 65% dos casos de violência em todo o Estado. “Não dá para afirmar que esses índices continuarão crescendo, mas precisamos refletir sobre as causas”, disse.

Carlos Felipe

Para ele, essas causas estão associadas ao narcotráfico. De acordo com Carlos Felipe, o Governo Federal é omisso ao não promover uma fiscalização adequada nas fronteiras do Estado, “jogando a responsabilidade para os estados e municípios”.

Dessa forma, conforme observou, houve uma “nordestinização da violência, considerando que estados como Rio de Janeiro e São Paulo passaram a monitorar melhor suas fronteiras, enquanto os do Nordeste ainda não fazem isso.

Sobre as formas de manter os índices reduzidos, Carlos Felipe apontou a necessidade de mais policiais nas ruas, assim como o aumento do contingente. De acordo com o parlamentar, anualmente, entre 500 e 600 policiais se aposentam, e o Estado nunca repõe esse número. “Isso acontece desde o Governo do Tasso Jereissati, ao ponto de agora estarmos com uma necessidade de 30 mil policiais e só dispormos de 18 mil”, disse.

Para Carlos Felipe, outra medida positiva é a inclusão dos estudantes do ensino médio em sistema de ensino em tempo integral. De acordo com ele, a meta é que, até janeiro de 2018, 30% dos estudantes de ensino médio da rede pública estejam matriculados no ensino integral. “Devemos apostar nisso, pois a redução da violência não se dará apenas com medidas repressivas”, defendeu.

Em aparte, o deputado Capitão Wagner (PR) concordou com o discurso de Carlos Felipe e lembrou que a violência atinge não apenas os ligados ao narcotráfico. “Temos inocentes morrendo diariamente também, por conta dessa guerra, e precisamos ter cautela ao registrar esses dados”, disse.