Miguel Torres contesta governo quanto à retomada do crescimento
Não há indicativos de recuperação econômica na base metalúrgica de São Paulo. A avaliação é de Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e também da Confederação da categoria (CNTM-Força Sindical).
Publicado 22/06/2017 11:31
“Ao contrário. Nas assembleias e ações nas fábricas, a gente sente que é forte a apreensão quanto ao desemprego”, diz o sindicalista. Segundo Miguel, no ano passado, as empresas cortaram muitas vagas, mas algumas mantiveram uma espécie de reserva de mão de obra, no aguardo de investimentos. “Mas não está havendo investimento. Os cortes seguem”, afirma. Ele também cita que muitas empresas estão com pagamento salarial atrasado.
O sindicato mantém o ritmo de negociações por pagamento de Participação nos Lucros e/ou Resultados. Há casos de reajuste acima da inflação. “Mas só ocorre onde conseguimos mobilizar a base e pressionar”, conta Miguel Torres.
O depoimento do presidente do maior sindicato metalúrgico do País vai de encontro à tentativa do governo de passar a ideia de retomada.
Também corrobora com a ideia de que não há retomada do crescmento a Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações de Classe de Infraestrutura (Brasinfra), que congrega as empresas do setor de infraestrutura. Na terça-feira (20), a entidade informou que, nos últimos doze meses, o segmento de infraestrutura demitiu 118 mil trabalhadores – baixa de 14,7%. A Brasinfra pede a retomada das obras do PAC.