Condema do Guarujá rejeita queima de Fosfina na cidade

Há dois anos, técnicos da Codesp foram chamados para verificar um problema com fezes de pombos no armazém 11 do porto de Santos. Chegando lá, se deparam com um problema muito maior. Localizaram 115 cilindros contendo Fosfina, um gás tóxico, corrosível e inflamável, armazenados no local há 20 anos.

cilindros

A fosfina é um hidreto de fósforo, incolor, inflamável e explosivo em contato com o ar. Como sua eliminação só é possível através da queima, a Companhia Docas do Estado de São Paulo, estatal que administra o porto de Santos, decidiu fazer isso na Base Aérea de Santos, localizada no distrito de Vicente de Carvalho, no Guarujá. Mas acabou gerando outro problema, pois o risco da explosão é alto, atingiria uma área de 10 km ao redor do local, e a prefeitura do Guarujá quer discutir a questão antes de tomar uma decisão.

Em reunião realizada no dia 19/06, o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente do Guarujá (Condema) decidiu rejeitar a proposta de queima da Fosfina na Base Aérea, proibindo o transporte dos cilindros ou descarte dos gases na cidade. Devido à gravidade e à urgência de uma solução para o caso o Condema do Guarujá vai dialogar com o Condema de Santos em busca da solução. Escolhido para o diálogo, o conselheiro, Wanderley da Costa Feliciano, considera que o risco é muito grande: “temos uma bomba relógio no porto de Santos, a primeira ação não é decidir o destino final dos cilindros, mas minimizar o risco já existente”, afirma.  

Em entrevista ao G1/Santos, Arlindo Manoel Monteiro, gerente de Meio Ambiente da Codesp, informa que a garantia do controle de válvula dos cilindros é de dois anos. Segundo ele, embora a aparência externa seja boa não é possível avaliar o estado real das válvulas. “O vazamento de apenas um dos cilindros, pode gerar um incêndio que vai se espalhar pelos demais, com explosões e a liberação de gases tóxicos”, afirma.