Aécio volta ao Senado, mas continua afastado do PSDB

Com um discurso pouco convincente para um plenário vazio, o senador tucano Aécio Neves (PSDB-MG) retomou as suas atividades no Congresso Nacional, neste terça-feira (4), após 46 dias de afastamento determinado pelo Supremo Tribunal Federal.

Aécio Neves - José Cruz/Agência Brasil

Pelo estatuto do PSDB, Aécio poderia reassumir também a presidência da legenda, mas já avisou aos correligionários do PSDB que não pretende retomar a presidência efetiva da legenda, permanecendo como “presidente licenciado”, deixando o o cargo para o senador Tasso Jereissati (CE).

No entanto, a decisão de Aécio foi forçada pela rejeição de diversas lideranças da sigla, que defendem seu afastamento definitivo. Enquanto Tasso e o senador José Serra (SP) tentam botar panos quentes na insatisfação interna, aliados do governador Geraldo Alckmin articulam uma saída para antecipar a convenção nacional do PSDB de maio de 2018 para o segundo semestre deste ano, com o objetivo de tirar Aécio do comando.

Outras lideranças tucanas , principalmente da bancada do PSDB da Câmara, defendem o rompimento com o governo de Michel Temer e o afastamento de Aécio. Para alguns deputados, a presença de Aécio como presidente traz todos os holofotes para o PSDB. Ele advertem que, se o senador não fizer “um gesto de grandeza” de renunciar, o grupo vai começar a pressioná-lo publicamente.

Conselho de Ética

Além do PSDB, Aécio também se esforça para manter o arquivamento da representação contra ele no Conselho de Ética. Para isso, utiliza como argumento que o prosseguimento da ação pode ter efeito cascata sobre outros parlamentares.

A ação foi arquivada pelo presidente do Conselho, senador João Alberto (PMDB-MA). Mas cinco senadores do Conselho recorreram da decisão e nova análise do caso será feita nesta quinta-feira (6), com votação no colegiado.