Nicolás Maduro condena violência no Parlamento e ordena investigação
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, condenou os atos violentos ocorridos nesta quarta-feira (5) no Palácio Federal Legislativo, sede do Parlamento, e ordenou uma investigação sobre a invasão do prédio e as agressões que deixaram pelo menos 12 deputados e funcionários da casa feridos.
Publicado 06/07/2017 11:29
A sede da Assembleia Nacional venezuelana, em Caracas, foi invadida nesta tarde por um grupo de manifestantes que agrediu várias pessoas ao fim das celebrações do Dia da Independência da Venezuela no local.
"Condeno absolutamente esses fatos, até onde os conheço neste momento. Jamais serei cúmplice de nenhum caso de violência. Eu os condeno, ordenei uma investigação e quero que se faça justiça", afirmou Maduro em um desfile cívico militar em Caracas em comemoração à independência do país da Espanha, conquistada em 1811.
Um grupo de manifestantes – vários usando camisas vermelhas como costumam usar os apoiadores do chavismo, armados com pedaços de madeira e portando fogos de artifício – invadiu a Assembleia Nacional, cuja maioria dos parlamentares é opositora ao governo, e agrediu os presentes.
Maduro disse não aceitar violência "de ninguém" e pediu um clima de paz no país, sobretudo, ressaltou, pela aproximação das eleições para a Assembleia Nacional Constituinte.
"Paz, quero paz para a Venezuela. Não aceito violência de ninguém. Que se investigue e se diga a verdade", ressaltou, acrescentando que gostaria que a oposição também condenasse uma série de atos violentos perpetrados por grupos opositores pelo país.
“Gostaria que a oposição condenasse os atos de violência quando atacam unidades militares como [a base aérea] La Carlota, mas eles se calam, ou quando atacam hospitais infantis e maternidades. Gostaria que a direita condenasse o ataque terrorista com bombas e balas de um criminoso que estamos buscando contra a sede do TSJ [Tribunal Superior de Justiça] onde quase mata crianças, mulheres e trabalhadores”, comentou em referência a recentes episódios no país.
O presidente da Assembleia Nacional, o opositor Julio Borges, afirmou que cinco deputados ficaram feridos, assim como sete funcionários do Parlamento.
Desde 1º de abril, a Venezuela vive uma onda de manifestações a favor e contra o governo, em meio às quais ocorreram incidentes violentos que deixaram até agora 91 mortos e mais de mil feridos, segundo o Ministério Público do país.