Estudantes exigem fim da repressão de Estado no México

Estudantes normalistas de 16 escolas rurais mexicanas se mobilizaram em uma grande marcha na capital do país, Cidade do México, para exigir do governo federal o fim da repressão de Estado contra as instituições educacionais. Com o lema “Já basta!”, eles ocupam as ruas do centro no último sábado (8) para denunciar a política de desmonte do sistema educacional público.

manifestação de estudantes no México - Carlos Ramos Mamahua

As Escolas Normais, como são chamadas no México, equivalem ao curso do Magistério no Brasil e remete ao caso dos 43 estudantes desaparecidos na região de Ayotzinapa. Segundo uma reportagem publicada pelo periódico La Jornada neste domingo (9), o governo de Enrique Peña Nieto desenvolve uma política agressiva de ataque e desmonte deste modelo educacional no país.

“Viemos pedir o fim da hostilidade do governo. Já basta, porque sempre que querem eles atacam os normalistas. Somos um incômodo e é evidente que seu objetivo é fechar estas escolas a qualquer custo”, disse uma das estudantes que participou do protesto.

Os estudantes, provenientes de diversas regiões do país, se concentraram em frente à sede do governo e exigiram uma audiência. Um grupo de sete manifestantes foi recebido para entregar um documento com as reivindicações, entre elas, o fim do uso da força do Estado contra as instituições de ensino, os professores e os alunos, bem como o rechaço ao fechamento sistemático de escolas públicas.

“É nossa tarefa como professores normalistas rurais abrir os olhos dos mais pobres para ver como são explorados, para ver que é possível construir outros governos que não sejam corruptos, que sejam justos e igualitários. Por isso nos consideram perigosos e querem desaparecer com a gente”, disse um dos professores durante a manifestação.

No México, as Escolas Normais têm “fama” de serem mais progressistas que as demais e, além disso, formam os futuros professores. Não à toa, os estudantes denunciam a perseguição do Estado.