Lideranças: Para derrotar golpe é preciso fortalecer movimento social

O arquivamento da denúncia contra Michel Temer nesta quarta-feira (2) pela Câmara dos Deputados foi considerado por lideranças do movimento social como mais uma etapa do golpe contra a população brasileira. Na opinião de dirigentes do movimento sindical, trabalhadores rurais e movimento de moradia, a saída passa pelo fortalecimento das entidades organizadas da sociedade e em aproximar o diálogo com a maioria da população.

Por Railídia Carvalho

Protesto denuncia Temer na paulista - Thallita Oshiro CUCA da UNE

Para Bartíria da Costa, presidenta da Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam), é preciso fazer debates com a população para mostrar os prejuízos do retrocesso provocado pelo governo de Michel Temer.

“A sociedade ainda não está ganha contra o retrocesso de Temer. É preciso ter debate, criar comitês em defesa do emprego, da democracia. Nós, na Conam, estamos trabalhando para que as nossas entidades se fortaleçam e criem musculatura para fazer o enfrentamento”, declarou ao Portal Vermelho a dirigente.

" O movimento social não conseguiu chegar até o povo, que está anestesiado, contaminado pela mídia, perdido. Acho que vai ser um grande desafio para nós do movimento social, reavaliar e começar tudo de novo. Precisamos organizar uma grande agenda”, afirmou Alberto Broch, presidente da Confederação Nacional de Trabalhadores e Trabalhadores, Agricultores e Agricultoras Rurais (Contag).

Para Alberto e Bartíria é preciso reconhecer que os movimentos sociais sofreram uma dura derrota desde o golpe contra a presidenta Dilma em um processo de retrocessos como a aprovação do Teto de Gastos, reforma trabalhista, terceirização com ataques aos direitos sociais e trabalhistas.

O presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, disse que o golpe representou uma derrota estratégica aos avanços que o país vivenciou com os governos do ex-presidente Lula e da presidenta eleita Dilma. Para ele, é importante compreender essa derrota para buscar caminhos.

“Essa cena de hoje (2) nós vimos na votação do impeachment contra a presidenta, primeiro na Câmara depois no Senado. Um governo enlameado até a alma, coloca o aparato do Jaburu em sua defesa contrariando a maioria do povo brasileiro”, relembrou o dirigente.

Segundo ele, o governo do golpe se especializa em violar as liberdades e ferir a democracia criando um ambiente de terror. “Mesmo sem grande mobilização social o governo montou um esquema de exército em Brasília para cercear o direito de ir e vir. Esse aparato é para consolidar o golpe. É o retrato da crise. Mesmo diante de tudo isso, o movimento vai continuar resistindo”.