Mais de 40 mil pessoas exigem a libertação de Milagro Sala

O Comitê pela Liberdade de Milagro Sala entregará ao presidente da Argentina, Maurício Macri, uma petição para exigir a imediata libertação da dirigente social e parlamentar do Mercosul. Mais de 40 mil pessoas de todo o mundo assinaram o documento e exigem a soltura a líder indígena que está presa sem provas consistentes há mais de um ano. A ONU e o papa Francisco já exigiram que ela seja colocada em liberdade.

Por Mariana Serafini

Milagro Sala - Telesur

Nesta terça-feira (1/8), dezenas de ativistas dos direitos humanos, autoridades políticas e dirigentes de movimentos sociais da Argentina se reuniram em frente à Casa Rosada, sede do governo, para um ato em defesa da libertação de Milagro. Eles tinham em mãos uma petição com mais de 40 mil assinaturas de todo o mundo.

A dirigente indígena de parlamentar do Parlasul – Parlamento do Mercosul – foi presa em janeiro de 2016 acusada de “desordem” e “obstrução de vias”. À época ela estava à frente de uma manifestação na província de Jujuy, onde atua politicamente, para solicitar uma audiência com o governador macrista Gerardo Morales. Desde então permanece presa.

Porém, ao longo deste um ano e meio, a Justiça argentina não apresentou provas consistentes contra Milagro. Diante deste quadro, a ONU deu um prazo de seis meses ao presidente Maurício Macri para que a dirigente fosse libertada. O papa Francisco também teve uma audiência com o chefe de Estado onde intercedeu em defesa da parlamentar.

Saúde debilitada no cárcere

Também nesta terça-feira (1/8), o presidente da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Argentina, Francisco Eguiguren, denunciou que Milagro está com complicações de saúde no cárcere e exigiu sua imediata libertação.

“A perseguição por excesso de vigilância, os processos disciplinares e os muitos processos judiciais se tornaram um fardo que atenta contra a saúde psíquica e moral [de Milagro], e isso gera um quadro perigoso para sua vida e sua integridade. Por isso a Comissão chega à conclusão de que sua permanência na prisão coloca em risco sua vida”, afirmou Eguiguren.

Para a Comissão, qualquer procedimento jurídico que seja necessário deve ter continuidade depois que Milagro seja colocada em liberdade para que ela possa se restabelecer física e psicologicamente.

“A Comissão recomenda que se Milagro seguir submetida a julgamentos, os processos devem se desenvolver em prisão domiciliar ou em liberdade com medidas de restrição, mas não mais dentro do cárce".