Para Marun, rejeição de 95% é apenas "um certo descontentamento"

Evidenciando o seu desprezo com a vontade popular e na sua ânsia em salvar Michel Temer, o deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS), que integra a tropa de choque do governo, disse nesta quarta-feira (2), que a população que manter Temer no cargo e as pesquisas de opinião estão com "alguma coisa errada".

Marun e Cunha - Agncia Brasil - Agência Brasil

A declaração de Marun tenta ignorar todas as pesquisa de opinião divulgadas desde que assumiu o poder , que apontam que os eleitores não confiam em Temer e não concordam com a política imposta pelo seu governo.

Em pesquisa feita pelo Ibope/Avaaz aponta que 8 em cada 10 eleitores acreditam que a denúncia deve prosseguir e Temer deve ser afastado. Ainda de acordo com a pesquisa, 81% dos disseram que o processo deve ser aberto e para 79% das pessoas consultadas, o deputado que votar contra a abertura do processo é cúmplice de Temer.

"Tem alguma coisa errada nessas pesquisas. Não é possível que ele tenha 95% de rejeição. Não vejo adesivo de 'Fora, Temer' nos carros por aí. As perguntas também devem estar equivocadas", disse Marun.

Para ele, a rejeição recorde de Temer é apenas "um certo descontentamento". Marun que integra o grupo que conspirou contra o governo da presidenta Dilma Rousseff, disse ainda que "os líderes da conspiração não devem ter manifestado confiança" e ainda ironizou: "Essa impopularidade de Temer é que nem cabelo de freira. Todo acha que existe, mas ninguém vê", acrescentou.

Marun, que integrava a tropa de choque de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – ex-presidente da Câmara e atualmente preso em Curitiba pela operação Lava Jato -, também aproveitou para defender o amigo.

"Eu nunca falei que ele ia vencer aqui, que eu sabia que ele estava derrotado. Mas isso não foi o suficiente para que eu me transformasse em um vira-casaca. Penso que Eduardo Cunha tem serviço prestado ao país e o principal dele foi ter tirado aquela praga [em referência a Dilma] que assolava o Palácio do Planalto no comando da nação. Ele quem comandou o processo", destilou o seu ódio.