Com terceirização de Temer, Caixa contratará bancários sem concurso 

Efeito da reforma trabalhista e da terceirização irrestrita no serviço público, retrocessos do governo Michel Temer, a Caixa Econômica Federal fez uma mudança no seu regimento interno, na última quinta-feira (3), que permite a contratação de funcionários sem concurso público. A norma RH 037, segundo o Sindicato dos Bancários do Distrito Federal, pode prejudicar a realização de concursos, ou até mesmo a nomeação de candidatos já aprovados.

Caixa Econômica

Com a mudança, os trabalhadores serão contratados por meio de empresas especializadas em terceirização para realizar as tarefas de técnico bancário e não terão nenhum vínculo empregatício com a Caixa.

"O serviço prestado pelo Bancário Temporário consiste no desenvolvimento de atribuições inerentes ao cargo de técnico bancário, previstas no contrato firmado com empresa especializada na prestação de serviços temporários", diz trecho do documento ao qual a Reuters teve acesso.

A quantidade de funcionários que serão contratados não foi definida e ficará a critério da administração de cada unidade. A própria Caixa afirma que a medida é uma “adequação” à lei de terceirização, sancionada em 31 de março, pelo presidente Michel Temer.

Em nota, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), criticou a decisão, apontando “corte de direitos” e “criação de subemprego com menores salários e nenhum direito”.

A Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) afirma que será criada uma categoria de “subempregados”, dividindo os funcionários em concursados e terceirizados.

“Estão destruindo os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras da Caixa, que são o maior patrimônio desta empresa. Uma empresa que é um instrumento estratégico imprescindível para construir um Brasil mais justo e soberano”, disse a deputada federal Erika Kokay (PT-DF), funcionária da Caixa por 35 anos.

“Não podemos admitir que a Caixa terceirize suas atividades fim, contratando trabalhadores precarizados, com salários menores e piores condições de trabalho. Não podemos permitir que não haja mais o concurso público”, criticou.