Conheça os 8 principais candidatos à presidência do Chile

São oito os principais candidatos que disputarão a presidência do Chile no próximo dia 19 de novembro. Na ocasião os chilenos vão eleger também 23 senadores, 50 assentos na Câmara Alta e 155 deputados e 278 conselheiros regionais.

Beatriz Sánchez - Divulgação

O prazo para declarar as candidaturas venceu na última segunda-feira (21). Agora o Serviço Eleitoral do Chile (Servel) vai revisar a documentação e verificar se cada um dos candidatos cumpriram todos os requisitos impostos pela legislação vigente.

A atual presidenta, Michelle Bahelet, do Partido Socialista do Chile, não vai concorrer à reeleição. Depois de quatro anos sob o comando do governo progressista, o país pode voltar a experimentar o gosto do neoliberalismo. Um dos favoritos é novamente o ex-presidente Sebastián Piñera.

As duas principais questões em pauta nesta eleição são a polêmica com a falência das empresas administradoras do sistema previdenciário, chamadas de AFP. E a Constituição chilena que ainda é uma herança da ditadura de Augusto Pinochet.

Conheça os oito principais candidatos:

Sebastián Piñera – o ex-presidente Piñera (2011 – 2014), que ganhou pelo partido Chile Vamos as eleições primárias, apresenta um programa de governo com os quatro eixos principais: liberdade, justiça, progresso e solidariedade.

Piñera baseia sua campanha em um plano nacional de excelência escolar e um novo sistema de educação superior. Promete modificar o atual sistema de previdência, que é totalmente privatizado e impulsionar o crescimento econômico através da geração de empregos.

Beatriz Sánchez Muñoz – a jornalista de 46 ano é a candidata da coligação Frente Ampla, criada recentemente, que engloba 11 partidos e organizações de esquerda.

Entre suas principais propostas está o fim das Administradoras dos Fundos de Pensão, ou seja, o sistema previdenciários privado que tem levado milhares de chilenos às ruas no último ano. Além da criação de uma nova Constituição, através de uma Assembleia Constituinte. A atual Carta Magna ainda é a mesma criada durante a ditadura militar de Augusto Pinochet.

A candidata propõe investir em empresas que geram baixo impacto ambiental, façam distribuição de renda mais justa e tenham salários iguais entre homens e mulheres. Outra proposta é a criação de um sistema único de saúde universal e solidário.

Alejandro Guillier – o candidato independente, apoiado pelo partido Nova Maioria, também baseia seu programa na questão do sistema previdenciário. Ele defende administração mista – parte gerida pelo Estado, parte pelas empresas privadas.

Seu programa de governo está baseado nos quatro eixos seguintes: solidariedade a apoio aos pobres; economia solidária; capitalização individual e contribuição voluntária com a Segurança Social.

José Antonio Kast – o deputado também se apresenta como independente de direita, com um discurso conservador, é contrário ao aborto e ao casamento gay.

Kast foi militante do partido União Democrática Independente, renunciou para se apresentar como candidato pelos ultra-conservadores. Ele ainda não divulgou seu programa de governo oficial, apenas manifestou algumas de suas ideias sobre determinados temas.

Com relação ao sistema previdenciário, que é o grande problema do país atualmente, disse apenas que fará “grandes mudanças” para torna-lo mais “moderno e bom”.

Porém, ele defende que o sistema de previdência deve continuar sob a administração das empresas privadas. Atualmente os aposentados recebem em torno da metade de um salário mínimo, valor completamente diferente do prometido durante os anos de contribuição.

Carolina Goic – o partido Democrata Cristão é um dos mais emblemáticos da situação e decidiu lançar um candidato próprio nesta eleição. A líder da chapa é a senadora Carolina Goic e conta com apoio dos partidos Socialista, da atual presidenta, e do Radical.

Goic ainda não apresentou um plano de governo concreto, mas baseia seu trabalho principalmente no sistema previdenciário. Progressista, ela é contrária à manutenção das administradoras privadas gerindo o sistema.

Entre suas prioridades, está o atendimento aos idosos e propostas relacionadas ao sistema de saúde.

Eduardo Artés Brichetti – o Partido Comunista Chileno (Ação Proletária) refundou a União Patriótica. Com uma estética renovada, a sigla impulsiona a candidatura de Eduardo Artés, professor e fundador da Coordenadoria Metropolitana de Educadores.

Os eixos de campanha de Artés se baseiam em buscar um caminho para uma nova Constituição através de uma Assembleia Constituinte, renacionalizar os recursos naturais do país e escala única nas Forças Armadas.

O candidato também propõe a eliminação das empresas responsáveis por administrar os Fundos de Pensão e a criação imediata de um Fundo Previdenciário Solidário baseado em uma economia tripartite: com investimento dos trabalhadores, dos empregadores e do Estado.

Marco Enríquez-Ominami – líder e fundador do Partido Progressista (PRO), é candidato à presidência pela terceira vez. O deputado se candidatou em 2009 e 2003, nas duas vezes se consolidou como a terceira força política do país.

Suas principais propostas são mudar o sistema previdenciário, fazer uma nova Constituição, impulsionada por um plebiscito, criar gradualmente um sistema educacional público e gratuito além de um projeto de Parceria Público Privada para atuar em diversas áreas, entre elas, a segurança pública.

Alejandro Navarro – o senador é o candidato do Partido País. Dentro de suas propostas se destacam a criação do Ministério do Adulto Maior e o Ministério do Mar, para regular – entre outras coisas – a pesca no país e o Ministério de Emergências, focado em catástrofes naturais. Também defende o fim das AFP.

Navarro criou o Partido País em 2016, depois de sair governista MAS.