Alemanha: a necessidade de coalizões entre partidos

A eleição alemã ocorre no dia 24 de setembro. Tudo indica que Angela Merkel está em direção ao seu quarto mandato. Todavia, algo que pode mudar na mais forte nação europeia: a coalização que o CDU (partido de Merkel) fizer.

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Quais os possíveis resultados da eleição?

A premiê alemã, Angela Merkel da União Democrática Cristã (CDU), é a grande favorita da eleição legislativa de 24 de setembro na Alemanha. Ela possui agora até 16 pontos de vantagem sobre seu rival Martin Schulz do Partido Social Democrata (SPD).

A cinco semanas da votação, a maior questão em Berlim se tornou qual coalizão Merkel será capaz de formar. Isso implica diferentes consequências econômicas para a Alemanha, para a integração europeia e os movimentos nos mercados financeiros.

Martin Schulz faz campanha sob o tema de "justiça social" e fala sobre como a situação social está mais difícil. Já Merkel, mostra-se como a que melhor pode defender o modelo alemão de economia social do mercado e diz que ao ter introduzido o salário mínimo, o desemprego caiu pela metade em seus 12 anos de governo.

Apesar de não se empolgarem, a idosa sociedade alemã parece satisfeita com Merkel pois ela trás uma imagem de tranquilidade. O único risco para a chanceler nas eleições é que parte do eleitorado se abstenha por achar que a eleição “já está ganha”.

Porque na Alemanha é preciso ter coalizões?

O sistema eleitoral alemão está baseado em representação proporcional. Cada eleitor possui dois votos – o primeiro para um candidato de seu distrito eleitoral e o segundo para um partido político.
As primeiras 299 vagas são distribuídas para candidatos distritais, que precisam apenas de uma maioria simples entre os votos válidos para ganhar uma vaga.

As demais 299 vagas são distribuídas aos partidos de acordo com o segundo voto. Há uma cláusula de barreira: um partido precisa de, no mínimo, 5% dos votos para poder ter algum político seu no Parlamento.

Os candidatos que vencem no primeiro voto possuem vaga garantida no Parlamento, independentemente da distribuição do segundo voto. Isso geralmente faz com que o número de vagas no Parlamento seja um pouco superior aos 598 oficiais.

Desde 1957, nenhum partido conseguiu atingir uma maioria absoluta, e a Alemanha sempre precisou ser governada por coalizões.

Qual seria a coalizão de Merkel?

Tornando –se a maior questão na Alemanha atualmente, a coalizão que Merkel fizer pode trazer a Alemanha mudanças.

Boa parte dos analistas considera que Merkel pode tentar se juntar ao Partido Democrático Liberal (FDP) ou ao Partido Verde em vez de Schultz seu atual parceiro do Partido Social-Democrata (SPD).

O FDP defende uma Europa onde os países evoluam em seus próprios ritmos, é a favor da União Européia não ajudar em programas a países da periferia europeia, da possibilidade de saída ordenada da moeda única europeia e um Exército europeu. Uma coalizão com eles não iria frear as reformas, mas pode diminuir o ritmo das mesmas.

Já o Partido Verde quer a redução da dívida da Grécia, um novo fundo de investimento para a economia verde, padrões mínimos de proteção social e trabalhista no mercado comum europeu, e uma política para os refugiados.

Para analistas, uma grande coalizão como a atual, conservadora-social democrata, reduz o papel da oposição e ajuda no avanço de extremismos (pois ela se constitui de um partido de centro-esquerda e outro de centro-direita).

Outra mudança que pode ocorrer nessas eleições é a entrada do Partido de Direita Alternativa para a Alemanha (AfD) que não entra no conselho alemão desde a Segunda Guerra Mundial.