Pedro Oliveira: Os 72 anos da Independência Nacional do Vietnã

Comemora-se em 2 de setembro deste ano o 72º Aniversário do Dia da Independência da República Socialista do Vietnã, conquistada em setembro de 1945.

Por Pedro Oliveira*

Os 72 anos da Independência Nacional do Vietnã

“Há 72 anos, o povo do Vietnã levantou-se e conquistou, com sucesso, a sua independência nacional, formando o primeiro Estado Democrático Popular no Sudeste Asiático” foram as primeiras palavras proferidas pelo embaixador vietnamita Do Ba Khoa em evento comemorativo da data nacional de seu país, realizado em Brasília nesta semana. Estiveram presentes ao ato comemorativo a deputada Jô Moraes, representado a direção do PCdoB, além dos diretores da Associação de Amizade Brasil–Vietnã Zito Vieira e Pedro de Oliveira.

Segundo o Embaixador Khoa, “o Vietnã ergueu-se das feridas causadas pelas guerras de agressão estrangeira” – como ocorreu com a invasão e domínio de tropas coloniais francesas por mais de 8 décadas na Península indochinesa, a invasão do Exército japonês durante o final da II Guerra Mundial e da trágica intervenção estadunidense por quase 10 anos. “Depois de 31 anos da Renovação, o Vietnã saiu da lista de países pobres e figura, agora, nas fileiras dos países de renda média no mundo. Além disso, foi um dos poucos países que completaram, com êxito, mais de 50% dos objetivos de desenvolvimento do Milênio”, completou Khoa.

Apesar das mutações da situação mundial e regional, 31 anos da política de Renovação trouxeram para o Vietnã muitas conquistas históricas importantes: a estabilidade da segurança política; o crescimento razoável e estável do PIB num longo período; a garantia da segurança e defesa nacional; a consolidação da unidade nacional; a expansão contínua das relações externas, além da melhoria constante da vida material e espiritual da população, especialmente em áreas remotas, foram elementos importantes deste último período.

No entanto, ainda segundo o embaixador, o Vietnã continua a enfrentar vários desafios: baixa qualidade de crescimento em alguns aspectos, lenta renovação do modelo de crescimento, frequentes epidemias e calamidades naturais e disputas territoriais no Mar do Leste. Nos próximos anos, segundo seus dirigentes de Estado e do Partido Comunista do Vietnã, o país continuará a impulsionar a renovação de forma integral e sincronizada, a promover o desenvolvimento econômico de forma sustentável e, ainda, a desenvolver e aperfeiçoar a economia de mercado de orientação socialista.

“Todos os vietnamitas farão esforços para converter o Vietnã num país basicamente industrializado e vão lutar de forma decidida e persistente para defender firmemente a independência, a soberania, a unidade e a integridade territorial do País” foi o relato feito pelo embaixador em sua exposição. “O Vietnã continuará a praticar a política externa de independência, de soberania, de defesa do multi-lateralismo, de diversificação e de ativa integração internacional, preservando a paz e estabilidade e criando condições favoráveis para o desenvolvimento nacional, a fim de elevar a posição e o prestígio do Vietnã em sua região e no mundo”. Estes são os votos que o representante vietnamita expressou em sua alocução durante a comemoração da independência.

Apesar da distância geográfica e cientes da posição e do papel que joga cada país na região, os líderes e povos do Vietnã e do Brasil decidiram estabelecer, em 2007, laços abrangentes de parceria bilateral. Desde então, a cooperação política governamental e partidária, bem como a cooperação econômica e comercial nos setores de segurança, defesa, ciência e tecnologia, cultura e educação estão se desenvolvendo e se aprofundando, em nível nacional e ministerial, entre cidades de ambos os países por meio de intercâmbios de delegações e de elaboração e aprovação de quadros jurídicos para a cooperação bilateral.

O apoio recíproco e mútuo, tanto nas organizações regionais e internacionais como no processo de desenvolvimento de cada país, já se tornou uma tradição nos laços bilaterais. O embaixador Khoa lembrou que graças ao apoio do governo e dos esforços de empresários, a cooperação econômica e comercial entre os dois países tem conhecido evoluções positivas e distintas. De 59 milhões de dólares americanos em 2004, o valor de intercâmbio comercial conseguiu atingir quase 4 bilhões de dólares em 2015, 3,2 bilhões em 2016 e 1,73 bilhões no primeiro semestre de 2017.

A cooperação descentralizada também foi desenvolvida com parcerias entre as cidades de Hue e Hai Phong, do Vietnam, e São Luís, no Maranhão, e Curitiba, no Paraná, respetivamente. Os laços de povo a povo foram expandidos com a formação da Associação de Amizade Brasil-Vietnã (Abraviet) em Brasília, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, e têm ainda rico potencial para novos desenvolvimentos no futuro. O desenvolvimento das relações governamentais e empresariais, a diversidade cultural e gastronômica, juntamente com a abertura e hospitalidade do povo do Vietnã estão atraindo muitos turistas brasileiros.

Para o embaixador Khoa, “o Brasil é o parceiro de primeira importância na região. É desejo do governo e do povo vietnamita desenvolver e aprofundar ainda mais os laços da parceria abrangente em todos os setores”.