Com "DNA da submissão", Parente faz "feira livre" na Petrobras
O dirigente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Divanilton Pereira, afirmou, nesta sexta (6), que o presidente da Petrobras, Pedro Parente, promove uma “feira livre” para vender os ativos da estatal. Na sua avaliação, o executivo tem o “DNA da submissão” e é “um agente contra o desenvolvimento soberano do Brasil”.
Publicado 06/10/2017 19:19
Em entrevista ao jornal inglês Financial Times publicada nesta sexta, Parente disse que a oferta pública inicial de ações (IPO) da BR Distribuidora vai ocorrer “o mais rapidamente possível”. E soltou: “Temos de estar sempre preparados para que, se o mercado sorrir para nós, possamos ir até lá e dar um beijo nele”.
Divanilton ironizou a declaração, ao afirmar que “dar um beijo no mercado, nesse caso, é dar um beijo em si mesmo, pois Parente é o próprio representante do mercado”.
O petroleiro destacou que o presidente da Petrobras é um quadro da direita brasileira, que esteve a serviço de desmontar a cadeia do setor de energia, durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
“Portanto, não me surpreende nenhum depoimento de Parente no que diz respeito a fragilizar a soberania e agilizar essa feira livre do patrimônio nacional, porque ele tem em seu DNA essa subordinação, essa ideia de que o Brasil não tem espaço no mundo globalizado”, criticou.
Na sua avaliação, o Brasil deu passos importantes no sentido de desenvolver cadeias produtivas que poderiam concorrer ainda mais nesse mundo globalizado.“Mas isso não interessa aos grandes centros. Como a cadeia de petróleo e gás é estratégica e o bom desempenho da Petrobras perturba a ordem econômica em crise, não foi à toa que escolheram Pedro Parente para presidir a Petrobras, dizendo ‘vá lá e desmonte’”, afirmou.
O petroleiro destacou ainda que, ao se desfazer de seus ativos, o país vai na contramão do mundo. “Vivemos uma época em que empresas privadas comandavam grandes reservas, mas os países perceberam que era importante nacionalizar suas empresas dentro desse mercado. O Brasil faz o inverso ao querer se desfazer desse controle”, encerrou.