Catalunha descarta convocar eleições autônomas

Carles Puigdemont recusou convocar eleições na Catalunha e Senado espanhol aprovou o texto que recomenda a aplicação do artigo 155. Na sexta-feira (27), o plenário do Senado confirmará a decisão de suspender a autonomia catalã e o parlamento da Catalunha vai apresentar propostas para reagir à decisão de Madri

Por Alessandra Monterastelli *

Carles Puigdemont parlamento - Reuters

Puigdemont teria exigido, segundo o jornal espanhol El Mundo, algumas condições para convocar eleições antecipadas na Catalunha, fator que poderia evitar a intervenção do governo central espanhol. Foram elas: a retirada do artigo 155 da Constituição, a libertação do presidente da Assembleia Nacional Catalã, Jordi Sánchez, e da Òmnium Cultura, Jordi Cuixart, bem como a abertura de um processo judicial contra a Guarda Civil e a Polícia Nacional espanhola devido às ações no 1 de Outubro, dia em que se realizou o referendo para a independência catalã.

A Comissão do Senado, por sua vez, aceitou colocar no texto final sobre a recomendação da aplicação do artigo 155 a emenda proposta pelo Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), que contempla a suspensão da mesma caso sejam convocadas eleições na Catalunha.

No fim, o governador catalão descartou convocar eleições. "Não há nenhuma garantia que justifique hoje a convocação de eleições", disse.

Como já era esperado, o texto da comissão das regiões autônomas do Senado, que recomenda a aplicação do artigo 155, foi aprovado; para ser posto em prática falta apenas a votação do mesmo, na manhã da sexta-feira (27), em que se confirmará a decisão de suspender a autonomia da Catalunha.

O plenário do parlamento catalão também se reunirá na sexta-feira (27), para a apresentação de propostas a fim de reagir a decisão de Madri.