Argentina depois das eleições: mais dívidas e austeridade

O governo de Maurício Macri anunciou nesta segunda-feira (30) uma série de reformas econômicas, logo depois de ter declarado aumento de tarifas de serviços básicos e cortado investimentos em programas sociais. Este é o cenário do país pouco mais de uma semana depois das eleições parlamentares onde o candidato mais votado foi o governista Estebam Bullrich.

Maurício Macri - Telám

As medidas anunciadas por Macri foram debatidas com governadores, empresários locais e setores sindicais. A crítica da oposição é que os setores mais humildes, organizados em agremiações de bairro foram deixados de fora da discussão.

Depois da recente vitória nas urnas, Macri se sentiu ainda mais confortável para aprofundar seu programa político neoliberal. Anunciou reajustes antipopulares, aumentos de tarifas e ampliação da dívida externa do páis.

Entre outras medidas, o presidente anunciou o plano “O Reformismo permanente”, onde ele buscará sancionar a Lei de Responsabilidade Fiscal que amplia os poderes do executivo. Além disso, Macri pretende apresentar mudanças na Lei de Mobilidade, de 2009 e reduzir em 12% as aposentadorias e pensões.

Segundo o ministro do Interior, as medidas de austeridade anunciadas por Macri respondem a um “alívio fiscal” requerido pelo empresariado local. Disse também que com este cenário o presidente pretende chegar a “acordos básicos de governabilidade”.

Aumentos e reajustes

Depois das eleições parlamentares, que aconteceram há pouco mais de dez dias, Macri anunciou aumento de 10% no preço da gasolina e justificou que a Argentina deve “pagar o que se paga no mundo”.

Neste mesmo ritmo, o ministro de Energia, Juan José Aranguren, anunciou que em novembro será feito um novo reajuste na tarifa de energia elétrica que afetará cinco milhões de pessoas. Também há previsão de aumento nas tarifas de gás no começo de dezembro.

O governo anunciou ainda que em 2018 o aumento previsto para as aposentadorias e pensões será cortado pela metade.

Não bastasse as medidas de austeridade que afetam principalmente os mais pobres, Macri anunciou ainda que o país vai ampliar sua dívida externa para cobrir o déficit fiscal.