Dodge: Houve repasse da Odebrecht para Aloysio Nunes

Em petição enviada ao Supremo Tribunal Federal, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, aponta que Aloysio Nunes Ferreira, chanceler do governo Temer, recebeu R$ 500 mil da Odebrecht em 2010, embora os recursos não tenham sido declarados à Justiça Eleitoral.

Aloysio Nunes, ministro de Relações Exteriores de Temer - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

As informações foram publicadas pelos jornalistas Rubens Valente e Reynaldo Turollo, na edição desta quinta-feira 2, da Folha de S. Paulo.

"É fato incontroverso que houve o repasse de recursos para a campanha do senador Aloysio Nunes. Resta investigar a origem destes recursos e a finalidade do repasse", escreveu Dodge ao relator do caso no STF, Gilmar Mendes.

"O inquérito foi aberto em março a pedido do então procurador-geral Rodrigo Janot como desdobramento do acordo de delação. Dois delatores da empreiteira informaram à PGR sobre o pagamento a Aloysio. Um deles disse que repassou os dados sobre Aloysio ao 'departamento da propina´ da empresa e fez duas entregas, de R$ 250 mil cada uma, para o ´representante´ do candidato em hotéis da zona sul, não nominados, no segundo semestre de 2010. No sistema de acompanhamento dos pagamentos, Aloysio tinha o codinome ´Manaus´", apontam os jornalistas.

Há risco de que Aloysio Nunes se beneficie da prescrição, assim como o senador José Serra (PSDB-SP), também investigado.