Chico Lopes critica aumento de passagem aérea após cobrança de bagagem

Em audiência pública realizada nesta semana na Câmara dos Deputados, diretores da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) foram questionados sobre a recente elevação de preços das passagens aéreas no Brasil, após a agência liberar a cobrança de bagagens despachadas.

Chico Lopes PCdoB - Foto: Richard Silva/PCdoB na Câmara

"O preço das passagens aumentou em média 35,9% em junho. E em setembro teve ainda alta de 16,9%, conforme mostrou estudo do IBGE e da Fundação Getúlio Vargas", alertou o deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE), apontando que o consumidor foi prejudicado duas vezes: ao perder o direito de despachar bagagem sem pagar taxa extra e ao ter de bancar os altíssimos reajustes das passagens aéreas nos últimos meses.

"Ao contrario do que se esperava quando a ANAC permitiu vender passagens que não dão direito a despachar bagagens, os preços das passagens têm subido – e muito", ressalta o deputado cearense.

"As agências foram criadas pra defender o consumidor ou as empresas? O consumidor. Mas na prática é o contrario", enfatizou. "Parece que a agência reguladora atua é para criar problema para o consumidor, em vez de resolver", acrescentou Chico Lopes, frisando que a Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor, do Ministério da Justiça, prometeu investigar a pesquisa da Abear – Associação Brasileira de Empresas Aéreas – que apontou queda de preços das passagens, divergindo dos levantamentos feitos por outras instituições.

Resposta da Anac

Em resposta aos questionamentos, o superintendente de acompanhamento de Serviços Aéreos da ANAC, Ricardo Catanant, admitiu que houve forte elevação de preços das passagens aéreas em junho e setembro, conforme atesta a pesquisa do IBGE/FGV, mas alegou se tratar apenas de efeito da "sazonalidade", não da nova autorização de cobrança por bagagem despachada.

"Os dados não estão equivocados. O que nos dissemos é que usar esses dados de junho a setembro pra associar a efeito direto da franquia de bagagem é equivocado", sustenta. "Essa questão da bagagem de mão, está havendo sim uma certa inquietação quanto a essa questão. É uma fase de transição para os consumidores e pras próprias empresas aéreas", reconheceu, sem no entanto apontar ações concretas em prol do consumidor, para diminuição dos preços das passagens, o que a própria ANAC prometeu, ao defender a cobrança.