Publicado 14/11/2017 18:56
Contudo, para a Federação Única dos Petroleiros (FUP), os números realmente importantes são outros. “Nos últimos três trimestres, a empresa registrou R$ 5 bilhões em lucro líquido, mas entregou R$ 108 bilhões ao sistema financeiro”, diz a entidade, em nota.
“Às custas de desinvestimentos e de drásticos cortes nas áreas operacionais, o endividamento da Petrobras diminuiu 11% em relação aos três primeiros trimestres do ano passado”, diz a FUP. “No mesmo período, os gestores encolheram ainda mais os investimentos, que caíram 19%. Só neste terceiro trimestre, houve uma redução de R$ 10,4 bilhões.”
Outra crítica da entidade diz respeito à forma como a atual gestão da empresa tem lidado com o pré-sal. “O balanço da Petrobras também continua apontando que, mesmo desdenhado por Pedro Parente, o pré-sal continua sendo fundamental para os resultados da empresa. Já representa metade de toda a produção, com custos de extração cada vez menores – está hoje abaixo de US$ 7 o barril. No entanto, as riquezas que deveria gerar para o povo brasileiro estão sendo transferidas a toque de caixa para o mercado.”
Na semana passada, o geólogo Luciano Seixas Chagas, em entrevista à CartaCapital, também criticou a condução de Parente na área, destacando o leilão de oito blocos do pré-sal realizado no final do mês passado. “Agora podemos enxergar com clareza os riscos a que fomos submetidos com a retirada da obrigatoriedade de participação da Petrobras em todos os ativos do pré-sal dentro do seu polígono de ocorrência, principalmente nas áreas unitizáveis. Estas não oferecem riscos de qualquer ordem, pois a descoberta já existe e a estrutura com petróleo prolonga-se para outra área geográfica adjacente, visto que as estruturas cheias de óleo não respeitam os limites geográficos.”
Para a FUP, “sob o comando de Pedro Parente”, a Petrobras está sepultando o projeto de desenvolvimento nacional que tinha como pilar o pré-sal.