Comunistas uruguaios defendem trabalhadores e criticam a Petrobras

O Partido Comunista do Uruguai (PCU) defendeu a luta realizada hoje pelos trabalhadores da área de gás natural contra a empresa petroleira brasileira Petrobras, por decisões que afetam o país, os usuários e os operários

partido comunista do uruguai

Em uma resolução política divulgada aqui, o Comitê Central do PCU assinalou que o serviço público de gás natural, que foi privatizado em 1995, está em uma "conjuntura crítica" em função da estratégia desenvolvida pela empresa da nação vizinha.

Entre as medidas adotadas pela Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras), a força de esquerda mencionou a falta de interesse pela gestão, duas demandas arbitrárias contra os uruguaios no valor de 100 milhões de dólares e o congelamento de salários.

Além disso, indicou, as "tentativas de aplicar reestruturação" que eliminam parcialmente a prestação direta de áreas importantes como o atendimento de emergência, eliminação de postos de trabalho e, "recentemente, envios de dezenas de trabalhadores ao seguro de desemprego".

A respeito, o Comitê Central do PCU expressou que isso não só desconhece o convênio de estabilidade trabalhista de 2007, como também "viola diretamente o contrato de concessão".

Acrescentou que este estabelece dar ao usuário um serviço público "com níveis suficientes de qualidade e eficiência", o quê fica impossibilitado pela eliminação de postos de trabalho.

Os comunistas uruguaios estimaram que estas ações "avassalam nossa soberania", ao afetar diretamente a população, trabalhadores e usuários.

Asseguraram que as mesmas não podem ser descontextualizadas da política do atual governo ilegítimo do Brasil, o qual controla a Petrobras, em favor do grande capital desse país e com o brutal corte neoliberal das conquistas históricas dos trabalhadores.

"Este é o verdadeiro rosto da política restauradora impulsionada pelo imperialismo e seus aliados locais", afirmaram.

O PCU respaldou as tentativas do Ministério de Trabalho e Segurança Social de eliminar os seguros de desemprego e fazer respeitar a negociação coletiva, além de recusar a "postura intransigente da multinacional", que obrigou o início de uma greve de fome pelos trabalhadores.

Além disso, exigiu que a Petrobras respeite a negociação coletiva para possibilitar uma saída que contemple o interesse de ambas as partes e não que se tente a desarticulação da organização sindical nem se ignore os direitos trabalhistas.

Também chamou o Ministério uruguaio de Indústria, Energia e Mineração a assumir as iniciativas necessárias para somar esforços que permitam reverter a postura empresarial.

Do mesmo modo, os comunistas manifestaram que, se não mudar a situação, proporão na Mesa Política da Frente Ampla que seja promovida a intervenção direta do presidente Tabaré Vázquez.

A resolução política remarcou que o Partido trabalhará em todos os âmbitos de influência para atingir uma solução favorável aos interesses do país, dos usuários e dos trabalhadores.