Trump informou que a embaixada dos EUA irá para Jerusalém

Donald Trump informou na terça-feira (5) o presidente palestino, Mahmoud Abbas, que pretende mudar a embaixada dos EUA para Jerusalém. O presidente norte-americano não informou quando será a mudança 

Jerusalém - EPA

O presidente dos EUA telefonou para o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e ao rei Abdullah da Jordânia, antes de ligar para Abbas.

Abbas, segundo o jornal israelita Haaretz, advertiu Trump que a decisão pode ter "consequências perigosas".

Segundo a Reuters, o rei Abdullah disse a Trump que a decisão pode "ter reprecurssões perigosas na estabilidade e segurança da região" e será um obstáculo aos esforços para retomar as conversações com palestinianos e israelitas. Também irá inflamar os sentimentos muçulmanos e cristãos, sublinhou o rei da Jordânia.

O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, e Abbas pediram aos palestinianos para se manifestarem em protesto na quarta-feira (6). Os dois líderes irão se reunir para decidir como os dois movimentos que recentemente se reconciliaram devem confrontar o que acreditam ser uma ameaça ao povo palestino.

A Administração Trump tinha dado sinais de que poderia, nessa semana, anunciar a mudança de sua embaixada de Telavive para Jerusalém, além de reconhecer que a cidade santa para palestinianos e israelitas é a capital de Israel.

Para Israel (criado em 1948), Jerusalém é a sua capital, contudo nenhum país a reconhece como tal – caso aconteça, os EUA seriam os primeiros. Os palestinianos reclamam Jerusalém Oriental como capital do seu Estado, pelo qual vem lutando e resistindo apesar das investidas de Israel.  

A Liga Árabe anunciou que fará uma reunião de emergência na terça-feira (5) devido ao anúncio de Trump.

A Turquia, reagindo a um possível gesto imperialista dos EUA em forçarem sua política sobre o Oriente Médio, advertiu que todos os laços com os Estados Unidos poderão ser cortados se Trump reconhecer Jerusalém como capital de Israel. Segundo o Presidente Recep Erdogan, ao dar esse passo, Trump irá cruzar uma "linha vermelha" para os muçulmanos.