Aliados de Kirchner respondem à perseguição contra a senadora

A ex-presidente falará na tarde dessa quinta-feira (7) sobre a sua detenção preventiva e o pedido de imunidade em relação à assinatura do Memorando com o Irã, pelo qual ex-funcionários da sua administração e outros líderes foram presos e perseguidos. "A resposta será em termos políticos, legais e institucionais", disse Agustín Rossi, chefe do bloco dos deputados da FpV

Cristina Kirchner

A senadora Cristina Kirchner, juntamente com deputados e senadores da Frente para a Vitória (FpV), fará uma conferência às na tarde dessa quinta-feira (7) no Congresso, onde expressará sua posição sobre a decisão do juiz federal Claudio Bonadio de persegui-la com detenção preventiva e perguntar sobre a assinatura do Memorandum com o Irã, pelo qual foram presos e processados ex-funcionários de sua gestão e outros dirigentes. O chefe do bloco FpV na câmara baixa, Agustín Rossi, antecipou que "a resposta será em termos políticos, legais e institucionais, tentando buscar todas as garantias" e instou o resto da oposição a "não olhar para o outro lado"; "Eles pensam que isso é contra nós, mas é contra todos", advertiu ele.

"Vamos implantar todas as medidas de resistência que tivermos", disse Rossi durante uma entrevista de rádio Del Plata, na qual denunciou que "há uma caçada" contra aqueles que questionam as políticas do Cambiemos.

Essa perseguição, acrescentou, "é um plano elaborado e orquestrado pelo governo nacional que tem no 'partido judicial' o seu golpe de ataque mais incisivo e que conta com a proteção dos principais meios de comunicação". Além disso, ele denunciou que, por trás da implementação de medidas judiciais de alto impacto, como as tomadas hoje, Bonadio esconde outros problemas políticos e de mídia. "Não devemos esquecer que isso acontece no meio de um debate de várias iniciativas governamentais prejudiciais para o povo argentino", disse ele em referência às reformas questionáveis ​​trabalhistas, tributárias e previdenciárias que são debatidas no Congresso.

Para Rossi, a decisão de Bonadio de solicitar a privação e detenção do Cristina Kirchner "é o impulso final" de um processo em que, tanto o governo de Cambiemos quanto um certo setor da justiça, "estão brincando com a democracia". A este respeito, ele indicou que o suposto crime de "traição contra a pátria" em que se baseavam as acusações de detenção são o produto de "um cinismo e um grau de perversão típico da situação em que nos encontramos".

"Peço ao resto da oposição que não virem o rosto porque acreditam que isso é contra nós, porque a verdade é que é contra todos", disse o chefe do grupo FVP, enquanto ele considerava que as prisões contra líderes kirchneristas são prova de que os poderes executivo e judiciário transgridem "um princípio básico das democracias: que a oposição pode fazer políticas sem problemas". "Agora, o que você precisa se perguntar antes de fazer política é se você está disposto a ir para a prisão".

Por outro lado, o legislador reiterou que as acusações contra os acusados ​​e os detidos não contém provas, já que o Memorando com o Irã não só nunca entrou em vigor mas, além disso, era um ato de natureza política. "É como se amanhã detivessemos Macri pela proximidade que ele teve com o presidente dos Estados Unidos", no caso Donald Trump. 

"O que estávamos procurando com esse acordo era que o promotor (Alberto) Nisman pudesse investigar quem ele havia determinado como potenciais culpados" do ataque da AMIA, disse ele. Mas o que aconteceu finalmente foi que "Bonadio armou uma causa e criou um cenário" que não tem nada a ver com a origem dessa iniciativa.

Nesse sentido, o deputado eleito por Santa Fe enfatizou que, com resoluções como as de Bonadio, o objetivo do "partido judicial" é "levar a democracia a uma grande fraqueza, porque estão transcendendo todos os limites constitucionais". "A verdade é que eles estão jogando com a democracia", ele insistiu.