Secretário dos EUA diz estar disposto a diálogo com Coreia Popular
O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, ofereceu na terça-feira (12) um “diálogo direto e sem condições prévias” à Coreia Popular. Deixando de lado a exigência de que Pyongyang renuncie ao seu arsenal nuclear, os EUA agora pedem um “período de calma” após ameaças de "destruir completamente" a Coreia Popular presentes nos discursos de Donald Trump
Publicado 13/12/2017 17:39
Não é realista dizer que eles só podem conversar se vierem à mesa preparados para renunciar ao seu programa [de armas atômicas]. Eles investiram muito nisso […]. Estamos dispostos a conversar com a Coreia do Norte no momento em que ela quiser. Estamos dispostos a uma primeira reunião sem condições prévias. Simplesmente nos vejamos, e então poderemos começar a traçar uma folha de percurso”, disse Tillerson em uma conferência no think tank Atlantic Council.
Segundo o El País, Tillerson estaria vivendo dias incertos, já que, no fim de novembro, fontes da Casa Branca chegaram a informar que havia um plano para substituí-lo pelo diretor da CIA, Mike Pompeo. Embora o próprio presidente Donald Trump tenha desmentido isso, a figura do seu chanceler ficou abalada. Está evidente que Trump e Tillerson, hoje afastado do núcleo duro da Casa Branca, não concordam quanto a táticas e posicionamentos. A Coreia Popular é um desses pontos de divergência. “Não perca tempo tentando negociar com o homenzinho-foguete”, chegou a dizer o presidente a Tillerson num tuíte de outubro.
O movimento indica uma mudança de tática para tentar abrir espaço ao diálogo e evitar o confronto direto, mas também pode ter como objetivo, ainda segundo o jornal espanhol, agradar a China, com quem os EUA estão tentando aproximação para diversos acordos diplomáticos e economicos, e que sempre defendeu o diálogo, posicionando-se contra as declarações de Trump a respeito da Coreia Popular.
A oferta de Tillerson ainda não recebeu resposta de Kim Jong-un, que tem afirmado que só dialogará quando completar seu plano de possuir um míssil intercontinental com carga nuclear, para assim estar de "igual para igual" com os Estados Unidos. Outro ponto de atrito são as constantes manobras militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul na fronteira com a Coreia Popular, vistas como uma ameaça por Pyongyang.