Trump anuncia pacote de sanções contra Coreia Popular

Os Estados Unidos estão adotando o maior pacote de sanções já elaborado contra a Coreia Popular, disse Donald Trump na sexta-feira (23), segundo a Casa Branca. Notícia vem no momento em que Coreias estão se reaproximando, e após líderes mundiais pedirem pela priorização do diálogo

Donald Trump - Wikicommons

“Anuncio que evamos lançar o maior pacote de sanções contra o regime norte-coreano”, disse Trump em discurso na Conferência de Ação Política Conservadora, segundo informações do Publico. 

A medida terá como alvo mais de 50 embarcações norte-coreanas, empresas marítimas e empresas comerciais que ajudaram o regime de Pyongyang a evitar anteriores sanções aplicadas por Washington e pelas Nações Unidas. "Hoje eu anuncio o lançamento do maior pacote de sanções já elaborado contra o regime norte-coreano. O Departamento do Tesouro adotará em breve novas medidas para continuar cortando as fontes de recursos e de combustível, que o regime usa para financiar o seu programa nuclear e para a manutenção das suas Forças Armadas", declarou Trump, segundo informações da Sputnik. 

O anúncio de Trump surge para se contrapor em um momento em que os Jogos Olímpicos de Inverno na Coreia do Sul estão prestes a encerrar-se, evento que foi aproveitado para uma tentativa de reaproximação entre as duas Coreias. A Coreia Popular convidou o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, a visitar o país irmão e para reuniões em Pyongyang, e uma rede de comunicação entre norte e sul foi reaberta. Na abertura dos jogos, as Coreias entraram como um país só, e todos esses acontecimentos evidênciaram ao mundo uma possível reaproximação entre sul e norte, com a possíbilidade de um acordo de paz.

Moon, presidente sul-coreano, vem adotando uma política de aproximação ao norte, após um ano do aumento das tensões na península e entre Pyongyang e Washington pelo programa nuclear norte-coreano e as duras ameaças de Trump, que na Assembleia Geral da ONU em 2017 disse que "destruiria completamente" a Coreia Popular- discurso criticado pela maioria dos líderes mundiais, que defenderam ser o diálogo a melhor solução. Também significa uma investida calculada de Pyongyang aos Estados Unidos, que insiste em não acreditar no diálogo entre os dois países, mesmo diante de tantas evidências.

Christine Ahn, uma das fundadoras do Instituto de Política Coreana, centro analítico que aconselha a administração norte-americana quanto à política na península coreana e se pronuncia a favor da paz da região, disse em entrevista para a agência Sputnik que atualmente a Coreia do Sul está travando negociações sobre um possível adiamento dos exercícios militares, mas os EUA se antecipam e dizem que os exercícios serão retomados na fronteira: "Vivemos um momento crítico e é necessário agora que o movimento pela paz norte-americano não fique calado e apoie o processo de paz intercoreano que está em curso".

Para ela, é de enorme importância pedir ao governo dos EUA para parar as manobras militares, ouvir o povo coreano – do Sul e do Norte, que quer a continuação da reconciliação entre os seus países. "Resumindo, pode-se dizer que estes exercícios militares, que incluem golpes provocatórios e exercícios de mudança do regime, vão interromper o diálogo intercoreano", adicionou ela.