Governos Lula e Dilma garantiram que Força de Submarinos lidere região

O Brasil é o único país da América Latina com quatro submarinos de seu próprio desenvolvimento e determinado a construir outros quatro convencionais e um quinto nuclear apesar das restrições orçamentárias, segundo comentou a Marinha brasileira à agencia Sputnik.

submarino nuclear brasileiro - Divulgação/Marinha do Brasil

De acordo com matéria publicada nesta terça-feira (19), o Brasil dispõe de cinco submarinos: quatro de ataque convencional da classe Tupi, entre os quais o Tupi, único fabricado na Alemanha e adquirido em 1989, o Tamoio (1994), o Timbira (1996), o Tapajó (1999) e o maior e mais moderno Tikuna (2005). Os últimos quatro foram construídos no Arsenal de Marinha no Rio de Janeiro.

Ainda de acordo com a Marinha, outros quatro submarinos estão na fase da construção, baseados na classe francesa Scorpène como parte do acordo de cooperação militar que foi firmado em 2009 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva com seu homólogo francês Nicolas Sarkozy. 

A iniciativa do ex-presidente Lula, que governou de 2003 a 2011, foi por considerar necessário reforçar o sistema militar naval após a descoberta do pré-sal. A estratégia é para garantir a proteção dos enormes depósitos de petróleo em águas ultraprofundas, que ficam debaixo de uma camada de sal na plataforma continental do sul do país.

A Marinha informa que o primeiro submarino, batizado de Riachuelo, estará pronto até o fim de 2018 e os outros três devem ser entregues antes de 2022.

Até 2020, a Marinha pretende lançar o primeiro submarino nuclear do Brasil, que será chamado de Álvaro Alberto, em homenagem ao almirante pioneiro da criação do programa nuclear brasileiro e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

Função específica

O Brasil, ao contrário do México, que não possui frota submarina, considera que este navio é "por excelência, o meio naval de melhor eficácia na negação do uso do mar ao inimigo, bem como um importante meio naval de dissuasão", diz o texto da Marinha entregue à Sputnik.

Este tipo de navios é empregue também em "operações secundárias" que exigem um sigilo que outros navios não têm.

"Por exemplo, o submarino pode minar a entrada de um porto sem que o inimigo note sua presença" ou prestar apoio "em operações especiais quando penetra no território marítimo inimigo de forma oculta, transportando agentes de forças especiais até perto do alvo, lançando-os para que realizem uma missão determinada", explica a Marinha.

O uso de submarinos é regulado por um período de seis anos de operações no mar e de rotinas de manutenção.

Com o fim deste prazo, o submarino passa por trabalhos de manutenção geral, ou seja, revisão e modernização, entre outros.

O Tupi, por exemplo, concluiu sua operação de manutenção geral em 2016. Atualmente, por esta renovação passam os submarinos Tamoio e Tikuna. Os próximos serão o Timbira e o Tapajó.

O mínimo necessário

Todos os submarinos que estão prontos para operar já cumpriram o índice de disponibilidade anual previsto.

Em novembro, o porta-voz da Força de Submarinos, comandante Vladimir Lourenço, afirmou à Folha de S. Paulo que a Marinha do Brasil opera "dentro do mínimo necessário" e que "houve redução significativa" de dias no mar para diminuir os custos.

A intenção é poupar na estrutura da embarcação, cujas baterias se desgastam com a utilização, assim como em combustível e em todo o aparato de apoio de que precisa cada submarino quando sai para navegar.

Treinamento

Para que um militar se torne submarinista é necessário um extenso período de adaptação.

A bordo dos submarinos se realizam diariamente treinamentos de combate a avarias, tanto no mar como em porto. No período operativo do submarino, a tripulação passa por várias etapas de treinamento que permitem avaliar sua prontidão para combater avarias, incêndios, inundações e gases tóxicos, entre outros.

O submarino apenas estará pronto para navegar se a comissão avaliadora considerar que a tripulação pode superar os vários tipos de avarias.